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Sauditas investem, China reduz uso de diesel e petróleo cai

Mark Shenk e Rakteem Katakey

25/01/2016 14h11

(Bloomberg) -- O petróleo caiu depois que a Arábia Saudita, o maior país exportador de petróleo bruto do mundo, disse que os preços baixos não reduzirão seus investimentos em projetos de energia e o consumo de diesel da China caiu pelo quarto mês consecutivo..

Os contratos futuros chegaram a cair 4,6 por cento em Nova York. A Saudi Arabian Oil, também conhecida como Saudi Aramco, manterá seus planos de investimento apesar da crise do mercado de petróleo, disse o presidente do conselho da empresa, Khalid Al-Falih, na segunda-feira. O uso de diesel na China caiu 5,6 por cento em dezembro em comparação com o mesmo mês do ano anterior e o consumo de gasolina cresceu ao ritmo mais lento em mais de dois anos.

O petróleo voltou a cair após a maior alta em um período de dois dias em mais de sete anos, pois persistem os temores em relação aos enormes estoques dos EUA, à produção estável da Arábia Saudita e da Rússia e à perspectiva de maiores remessas do Irã após o fim das sanções. Os preços poderão demorar até três anos para se normalizarem, segundo o CEO do Banco de Montreal, William Downe.

"Deve-se esperar um declínio depois da gigantesca movimentação que acabamos de ter", disse Bob Yawger, diretor da divisão de futuros da Mizuho Securities USA em Nova York. "Também estamos em baixa porque os números da demanda chinesa caíram consideravelmente, especialmente em relação ao diesel. Os sauditas não estão ajudando o mercado ao decidir que continuarão a todo vapor com os planos de investimento".

O West Texas Intermediate para entrega em março caiu US$ 1,16, ou 3,6 por cento, para US$ 31,03 o barril, às 9h15 na Bolsa Mercantil de Nova York. O volume total negociado foi 72 por cento superior à média para 100 dias. Os preços do mês corrente subiram 21 por cento ao longo de duas sessões no fechamento de sexta-feira depois que o contrato de fevereiro expirou, na quarta-feira, a US$ 26,55 o barril, nível mais baixo desde 2003.

Investimento saudita

O Brent para liquidação em março recuou US$ 0,99, ou 3,1 por cento, chegando a US$ 31,19 por barril na bolsa ICE Futures Europe, em Londres. O contratou tinha subido 10 por cento, chegando a US$ 32,18 na sexta-feira. Os preços avançaram 11 por cento na semana passada. O petróleo de referência europeu foi negociado com um ágio de 16 centavos sobre o WTI.

A Saudi Aramco está investindo tanto agora quanto antes da queda dos preços do petróleo, sinalizando que não há uma rendição na batalha da Arábia Saudita com seus concorrentes. A empresa formulou uma nova estratégia em resposta ao petróleo bruto mais barato, disse Al-Falih, em uma conferência, em Riad. A produtora estatal pode sustentar os baixos preços do petróleo por "um longo, longo período", disse ele.

Na China, o maior consumidor de energia do mundo, o consumo de diesel - um termômetro da atividade industrial desse país - continuará igual ou cairá em 2016, e o uso de gasolina aumentará em 200.000 barris por dia, de acordo com uma previsão feita pela Agência Internacional de Energia (AIE) no mês passado.

O secretário-geral da Opep, Abdalla El-Badri, quer que produtores de fora do grupo ajudem a reduzir o excedente mundial de oferta, disse ele em uma conferência em Londres nesta segunda-feira. Há sinais de que a oferta e a demanda começarão a reequilibrar-se neste ano, disse ele, citando um aumento previsto de cerca de 1,3 milhão de barris diários na demanda mundial e uma contração de cerca de 660.000 barris por dia na oferta de fora da Opep.

O setor petroleiro reduzirá o investimento de capital em exploração e produção em 15 por cento neste ano, disse Claudio Descalzi, CEO da Eni SpA, durante a conferência. A oferta de petróleo atual excede a demanda em 1,5 milhão de barris por dia, e os cortes no investimento significam que talvez não haja produção de energia suficiente no futuro, disse ele.

Título em inglês: Oil Drops as Saudis to Maintain Spending, China Diesel Use Falls

Para entrar em contato com o repórter:

Rakteem Katakey, em Londres, rkatakey@bloomberg.net.