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Ecopetrol corta investimento e preocupa detentores de bonds

Andrew Willis

28/01/2016 12h37

(Bloomberg) -- A empresa estatal de petróleo da Colômbia está deixando os investidores em bonds preocupados.

Confrontada pela queda do petróleo, que prejudica as receitas, a Ecopetrol cortou 40 por cento dos investimentos deste ano. Trata-se de um problema porque a empresa precisa financiar a exploração para descobrir mais petróleo antes que suas reservas se esgotem, em 2023.

Para piorar, os rebaixamentos de ratings estão tornando mais caros empréstimos para a Ecopetrol no exterior, necessários para pagar os projetos de perfuração. Em 18 de janeiro, a Moody's rebaixou a produtora de petróleo para perto de junk e a colocou sob revisão para mais cortes, citando a preocupação de que a diminuição do caixa da Ecopetrol vai limitar sua capacidade de ampliar as reservas. Os US$ 8,7 bilhões de bonds em dólares da empresa perderam 5,2 por cento neste mês e os yields atingiram um recorde na semana passada. É mais de quatro vezes das perdas médias dos mercados emergentes.

"Eles precisam focar na situação imediatamente e a curto prazo, mas sabemos que se eles não estão explorando e não estão financiando as reservas, as perspectivas para a produção futura serão menores", disse Francisco Velasco, analista da Exotix Partners.

A Ecopetrol foi uma das produtoras de petróleo mais duramente atingidas pela queda do óleo ao menor nível em 12 anos. O valor de mercado da empresa caiu para cerca de US$ 12 bilhões, de um pico de US$ 136,7 bilhões em 2012, quando era a quinta produtora de petróleo mais valiosa do mundo e valia mais do que a BP. Atualmente está em 39º lugar.

A empresa tem reservas em petróleo que vão durar aproximadamente 8,6 anos pelos níveis atuais de produção, contra cerca de 18,5 anos da Petrobras e mais de 100 anos da Petróleos de Venezuela. A produtora com sede em Bogotá pretende produzir 755.000 barris de petróleo equivalente por dia neste ano após reduzir seu orçamento para investimentos a US$ 4,8 bilhões.

A Ecopetrol não respondeu a um pedido de comentário enviado por e-mail sobre a queda dos bonds da empresa.

Em entrevista concedida em 21 de janeiro em Davos, na Suíça, Tomás González, ministro de Minas e Energia da Colômbia e membro do conselho da Ecopetrol, disse que a empresa está fazendo "tudo" para se ajustar aos preços atuais do petróleo.

500.000 barris

Em outubro, o CEO da Ecopetrol, Juan Carlos Echeverry, disse que os investimentos na chamada tecnologia de recuperação avançada podem ajudar a empresa a aumentar a produção em 500.000 barris até 2020.

A Moody's reduziu a nota da Ecopetrol em um nível, para Baa3. A agência de classificação disse que a produtora de petróleo tem uma "posição de liquidez fraca", citando os US$ 3 bilhões de caixa e equivalentes até setembro.

"O impacto mais importante do rebaixamento será no custo de emissão de novas dívidas", disse Francisco Chaves, estrategista da Corredores Davivienda. "E a Ecopetrol precisa emitir mais dívida para manter os níveis de operação".