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Minoria de fundos de ações dos EUA evita perdas no início 2016

Camila Russo

03/02/2016 16h13

(Bloomberg) -- Vinte e quatro de 1.941 fundos de ações. Esse é o número dos que conseguiram evitar a carnificina deste ano.

Depois de um 2015 longe de ser ótimo para as ações, quase ninguém estava preparado para um início tão difícil em 2016. Como as ações em todo o mundo caíram 7,7 por cento, os únicos fundos em território positivo foram aqueles sortudos que se concentraram em empresas de energia e saneamento básico e outras indústrias consideradas defensivas - aquelas vistas como mais imunes a uma desaceleração econômica.

Menos que uma rejeição das habilidades de investimento no primeiro mês do ano, os dados mostram a abrangência das perdas nos mercados globais que viram US$ 6,5 trilhões evaporarem. Quase nada funcionou em 2016 quando já que os vencedores do ano passado, as ações das áreas de saúde e consumo, se juntaram ao colapso desde 31 de dezembro.

"A maioria das pessoas foi pega de surpresa", disse Michael Antonelli, diretor executivo da Robert W. Baird & Co., em Milwaukee. "Energia e saneamento básico e telecomunicações são os setores que todos querem comprar - empresas que vão relativamente bem em crises porque oferecem produtos que as pessoas não vão parar de usar. Estamos começando a ver uma rotação para esses setores, e é uma expressão de pessoas se preparando para um mundo de baixo crescimento".

Com as ações caindo, a volatilidade está em ascensão já que o declínio do petróleo não mostra sinais de queda e as preocupações com a desaceleração da China se intensificam. Este ano, empresas de energia e saneamento básico foram o único setor da indústria no índice MSCI All-Country World que conseguiu evitar perdas.

Turbulência vai continuar

Skip Aylesworth, que administra o fundo Hennessy Gas Utility, diz que é provável que a turbulência continue. Com um avanço de 2,3 por cento em 2016 até terça-feira, o seu é um dos melhores desempenhos entre os fundos de ações acompanhados pela Bloomberg com mais de US$ 1 bilhão em ativos.

O fundo Reaves Utility Income e o Franklin Utilities foram os que mais ganharam, até 5,1 por cento em 2016. Mais de 85 por cento de seus ativos estão em ações nos EUA, com DTE Energy, Dominion Resources e Edison International entre os maiores. Os fundos da BlackRock com foco em mineradoras de metais preciosos e o Shinko Resona JREIT Active Open, fundo de investimento imobiliário japonês, também estavam entre os que mais ganharam, com aumentos de mais de 2,5 por cento.

Um índice que acompanha empresas defensivas globalmente saltou para um recorde de alta em relação a um indicador que segue empresas cíclicas - aquelas mais afetadas por tendências econômicas. Com um rendimento estimado em mais de 4 por cento, as ações de empresas de energia e saneamento básico e de telecomunicações no índice MSCI All-Country World são vistas como um refúgio. O JPMorgan elevou as empresas dos EUA em ambas as indústrias, na semana passada, enquanto cortou sua estimativa para o índice Standard & Poor's 500 em mais de 9 por cento.

O início do ano foi uma surpresa para a maioria. Em dezembro, os estrategistas projetavam que o S&P 500 subiria para 2.216 até o final de 2016 - ou 8,4 por cento anual - e o índice Stoxx Europe 600 para 415, um crescimento de 13 por cento. Um mês depois, eles cortaram as estimativas para 2.190 para o indicador dos EUA e 402 para o europeu, enquanto os analistas reduziram as previsões de lucro das empresas nas duas regiões.

Quanto aos fundos de pior desempenho, todos eles se concentraram na China. O fundo Baoying Strategic Growth e o Rongtong Leading Growth caíram mais de 30 por cento este ano, enquanto o índice Shanghai Composite perdeu 23 por cento, a maior queda entre os 93 indicadores de ações monitorados pela Bloomberg.

As ações defensivas vão manter um desempenho superior ao do mercado porque é improvável que a volatilidade diminua no curto prazo, de acordo com Aylesworth do Hennessy Fund.

Título em inglês: Wall Street's 1% Show Breadth of Market Malaise in Selloff

Para entrar em contato com o repórter: Camila Russo em Madri, crusso15@bloomberg.net Para entrar em contato com os editores responsáveis: Telma Marotto, tmarotto1@bloomberg.net Patricia Xavier