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Para diretor da Guggenheim, Nasdaq ficará abaixo de 3.800

John Gittelsohn

08/02/2016 12h28Atualizada em 08/02/2016 15h31

(Bloomberg) -- As ações do setor de tecnologia cairão ainda mais neste ano porque os investidores optarão pela segurança e os compradores se manterão em compasso de espera, segundo Scott Minerd, diretor de investimento da Guggenheim Partners.

O Nasdaq Composite Index provavelmente cairá para menos de 3.800, um declínio de mais 13%, disse ele.

O índice, no qual o setor tecnológico tem grande peso, já apresentou essa mesma queda neste ano, fechando em 4.363 na sexta-feira, seu nível mais baixo desde outubro de 2014. O volume está mais de 16% abaixo da alta histórica alcançada em julho.

"O sentimento do mercado é muito ruim", disse Minerd, que gerencia cerca de US$ 240 bilhões, no domingo, em entrevista por telefone, de Los Angeles. "O mercado está reprecificando para absorver e refletir a incerteza em torno dos lucros e da economia daqui para frente".

As chamadas ações de crescimento (growth stocks) da Nasdaq, como Amazon.com e Netflix, as que mais ganharam no Standard Poor's 500 Index em 2015, enfrentam uma análise minuciosa em meio a dúvidas quanto às altas proporções entre preço e lucro e às preocupações econômicas gerais, geradas pela China e pelo petróleo.

Na sexta-feira, o LinkedIn sofreu a maior queda de sua história na Bolsa de Valores de Nova York em meio a uma onda de rebaixamentos de analistas depois que a empresa disse que suas novas linhas de negócios para ferramentas de vendas e marketing não crescerão tão rapidamente quanto o previsto.

A Tableau Software, uma fabricante de softwares de análises de dados e gráficos, viu seu valor cair pela metade na sexta-feira após descumprir as estimativas para o quarto trimestre, derrubando empresas de softwares maiores como a Salesforce.com.

Venda de ações

Minerd previu, no dia 20 de janeiro, que o índice S&P cairá para 1.650 neste trimestre, uma projeção que ele mantém. O índice caiu 8 por cento neste ano e fechou em 1.880 no dia 5 de fevereiro.

Ele também projetou no mês passado que, antes de se recuperar, o barril de petróleo poderia cair para apenas US$ 25. Ele disse que mantém essa projeção mesmo depois de os preços terem fechado em US$ 34,06 na sexta-feira após atingirem uma baixa de US$ 27,88 em 20 de janeiro.

Minerd disse que liquidou no início de janeiro as posições acionárias em seus fundos, como o Guggenheim Macro Opportunities Fund, de US$ 3,18 bilhões, que caiu 1,5% neste ano.

Ele espera um mercado pessimista semelhante ao de 1987 ou de 1998, e não um colapso como a explosão das pontocom em 2000 ou a crise financeira de 2008, porque a probabilidade de uma recessão nos EUA é muito baixa.

"Não acho que teremos esse tipo de aniquilação aqui", disse ele. "As ações não estão tão sobreavaliadas quanto estavam nessas ocasiões".