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China e Índia devem aumentar compra de ouro como proteção

Swansy Afonso

11/02/2016 16h03

(Bloomberg) -- Consumidores de ouro da China e Índia provavelmente comprarão mais joias, barras e moedas neste ano já que a volatilidade das bolsas e as preocupações com o crescimento econômico aumentam a atratividade do metal precioso como reserva de valor, de acordo com o World Gold Council.

"Os mercados de ações globais enfrentam certa turbulência, o que faz do ouro uma ferramenta de preservação de riqueza muito boa", afirmou o diretor para a Índia, P.R. Somasundaram, por telefone de Mumbai na quarta-feira, antes da publicação do relatório trimestral do conselho sobre as tendências globais. "Vemos que isso está acontecendo, com as pessoas na China e Índia comprando barras e moedas."

Os dois países foram responsáveis por mais da metade da demanda global por parte de consumidores no ano passado, de acordo com a instituição, que promove o metal. O ouro teve o melhor começo de ano desde 1980, em um momento em que investidores buscam um porto seguro diante da queda das ações e da desaceleração do crescimento da China, a segunda maior economia do mundo. As bolsas globais perderam 10 por cento em 2016.

Para a demanda, "todos os fatores estão bem mais positivos do que em 2015", disse Somasundaram. O consumo na Índia no ano passado foi influenciado por "chuvas fora de temporada e monções fracas", enquanto a demanda de investimento continua crescendo na China, ele disse.

A demanda por barras e moedas na China, o maior mercado individual, deu um salto de 25 por cento no quarto trimestre em relação ao ano anterior e acumula alta de 21 por cento no ano, embalada pela depreciação cambial, de acordo com o relatório do conselho. Bancos e varejistas estão confiantes que a demanda física se manterá saudável, segundo o documento.

No ano passado, a demanda total por parte de consumidores somou 984,5 toneladas na China e 848,9 toneladas na Índia, de acordo com dados do conselho. A importação líquida pela Índia caiu 16 por cento para 233,9 toneladas no quarto trimestre em relação ao ano anterior e totalizou 897,5 toneladas durante todo o ano de 2015, segundo os dados.