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Cinco coisas que vão dar o que falar hoje

Lorcan Roche Kelly

26/02/2016 10h23

(Bloomberg) - A China insinuou mais estímulo, o RBS se desmoronou após informar (mais uma) perda e a reunião de ministros de Finanças do G20 começou. Eis alguns dos assuntos que vão dar o que falar nos mercados nesta manhã.

Sinal de estímulo da China

O Banco Popular da China modificou a descrição de sua postura de política monetária ontem à noite. A instituição definiu a política atual como "prudente com uma leve tendência a flexibilizar". Embora possa parecer pequena, a mudança está sendo interpretada como um sinal claro para os mercados quando vista junto com os comentários feitos pelo presidente Zhou Xiaochuan: "A China ainda tem algum espaço de política monetária e diversos instrumentos de política econômica para enfrentar possíveis riscos de queda". O Shanghai Composite Index teve um rali de 1 por cento e recuperou certa estabilidade após o desmoronamento de mais de 6 por cento da quinta-feira.

Desmoronamento do RBS

As ações do Royal Bank of Scotland Group chegaram a cair 12 por cento no trading em Londres depois que o banco informou um prejuízo líquido de 1,98 bilhão de libras esterlinas (US$ 2,77 bilhões), a oitava perda anual consecutiva. O banco, no qual o governo britânico tem uma participação majoritária, disse que projetava um declínio da renda na unidade de investment banking em 2016. O presidente do banco, Howard Davies, disse que sua empresa já não está procurando banqueiros de investimento com salários altos diante da redução da unidade de títulos. As ações do RBS recuavam 8,2 por cento às 11h04 em Londres.

Rali das bolsas

Fora o RBS, as ações na Europa estão se recuperando nesta manhã, seguindo o exemplo da China e do rali de ontem nos EUA. Às 11h08, horário de Londres, o Stoxx Europe 600 Index registrava uma alta de 1,5 por cento, e o FTSE Index, do Reino Unido, avançava 1,1 por cento e apagava as perdas incorridas em fevereiro. Os futuros do S&P 500 subiam 0,7 por cento. Hoje serão publicados muitos dados econômicos sobre os EUA, entre eles o PIB e os relatórios Personal Income Spending, Core PCE (a medição da inflação preferida do Federal Reserve) e University of Michigan Consumer Sentiment.

Reunião do G20

A reunião dos representantes econômicos do G20 em Xangai é hoje. Os investidores buscam sinais de que os ministros de Finanças estejam prontos para agir no intuito de fortalecer o crescimento global. O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, não demorou em frustrar as esperanças de mais estímulo ao dizer que a economia global precisa de reformas, não de estímulo. Gary Cohn, presidente e diretor operacional do Goldman Sachs, acredita que as expectativas de que medidas surgirão da reunião são altas demais. Steven Englander, do Citigroup, advertiu que os mercados poderiam se decepcionar se o discurso da reunião for o mesmo que o da reunião anterior.

Eleições

Embora grande parte das atenções continue voltada para as eleições primárias dos EUA, hoje será realizada uma eleição de verdade na Irlanda. Apesar do sucesso econômico, as pesquisas sugerem que a atual coalizão entre Fine Gael e o Partido Trabalhista não conseguirá suficientes assentos no congresso para formar um novo governo após a votação. A Irlanda não utiliza a urna eletrônica e tem um sistema de voto único e transferível um tanto complexo, em que os eleitores podem listar os candidatos por ordem de preferência, e isso significa que a contagem dos votos pode chegar a demorar uma semana. A votação termina às 22 horas, horário local, e a contagem só começará no sábado, às 9 horas.