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Petroleiras apostam no fim da alta de 3 meses do petróleo

Joe Carroll

16/05/2016 11h24

(Bloomberg) -- As produtoras de petróleo estão tirando vantagem da recuperação dos mercados para garantir proteção contra outra queda.

Elas aumentaram suas apostas na queda dos preços ao maior nível em quatro anos e meio depois que os estoques de petróleo armazenado dos EUA se aproximaram da maior alta em 87 anos, apesar de um desastre natural no Canadá e de atentados na África terem reduzido a produção.

O sentimento negativo do mercado cresceu pela terceira semana seguida, sequência mais longa desde fevereiro.

Empresas de energia como EOG Resources e Chesapeake Energy usaram instrumentos financeiros como futuros, swaps e collars para se protegerem de outra queda nos preços. O West Texas Intermediate, petróleo de referência dos EUA, subiu mais de 75% desde que atingiu o menor valor em 12 anos, em meados de fevereiro.

"Elas estão se tornando cada vez mais ativas em termos de hedging desde o primeiro salto inicial", disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York. As produtoras de petróleo "parecem estar sendo atraídas para este mercado em um momento em que todos tentam sobreviver à crise", disse ele.

Produtoras e vendedoras aumentaram suas posições vendidas em WTI em 3,8% na semana que terminou em 10 de maio, para o nível mais elevado desde setembro de 2011, segundo dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities.

Na região oeste do Canadá, grandes incêndios florestais se aproximaram das vastas areias betuminosas de Alberta, levando dezenas de milhares de moradores a fugirem e interrompendo os embarques do agente diluente usado para ajudar a movimentar o petróleo extrapesado produzido localmente através dos dutos.

Impacto do fogo

A Royal Dutch Shell, a Exxon Mobil, a Suncor Energy e outras produtoras reduziram suas operações, ameaçando uma produção de mais de 1 milhão de barris diários. A ameaça às operações de areias betuminosas, desde então, diminuiu.

Na Nigéria, atentados às instalações de petróleo operadas por empresas estrangeiras como Shell e Chevron provocaram evacuações e o fechamento de parte da produção do maior país produtor de petróleo da África.

A produção atingiu o menor patamar em 20 anos no mês passado, ampliando os impactos econômicos negativos em um país já desgastado pela queda dos mercados de energia, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A produção americana atingiu o menor nível desde setembro de 2014, segundo a Administração de Informação de Energia. Os estoques encolheram na semana que terminou em 6 de maio pela primeira vez em mais de um mês, embora o montante armazenado tenha se mantido próximo ao nível mais elevado desde 1929.

"O fato de não subir com notícias otimistas era um indicador pessimista, pelo menos para algumas sessões", disse Tim Evans, analista do setor de energia da Citi Futures Perspective em Nova York. "O mercado ainda parece estar relativamente sobrecomprado".