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Projeção de equilíbrio afasta pessimismo do mercado de petróleo

Mark Shenk

30/05/2016 10h51

(Bloomberg) -- Os pessimistas com o mercado de petróleo estão começando a se render.

Os especuladores reduziram as apostas na queda dos preços ao patamar mais baixo em 11 meses quando o barril de petróleo ultrapassou momentaneamente a marca de US$ 50 em sinal de que a oferta está entrando em equilíbrio.

O petróleo bruto subiu 7,4% neste mês em Nova York em meio à redução da produção dos EUA e a interrupções não programadas no Canadá e na Nigéria. Os preços registram alta de quase 90% em relação a fevereiro.

A posição vendida de gestores de recursos no petróleo de referência dos EUA chegou ao piso desde junho, de acordo com dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês).

"Para quem ficou em posição vendida desde fevereiro esse percurso foi muito doloroso", disse Kyle Cooper, diretor de pesquisa da IAF Advisors e da Cypress Energy Capital Management em Houston. "Sempre há alguns que resistem, mas a maioria quer sair. Isso é um indício de que os fundamentos estão melhorando."

O petróleo subiu em meio a uma avalanche de interrupções. A produção nigeriana caiu para o nível mais baixo em 27 anos porque a quantidade de atentados aos oleodutos no delta do rio Níger aumentou.

Incêndios que começaram no início de maio em Fort McMurray cortaram cerca de 1,2 milhão de barris diários da produção na região de areias betuminosas do Canadá.

Equilíbrio do mercado

Da Agência Internacional de Energia ao Goldman Sachs Group, analistas afirmam que o excesso de petróleo está se dissipando porque a oferta e a demanda estão voltando ao equilíbrio. O Goldman elevou sua projeção para o barril de WTI em 2016, de US$ 38,40 para US$ 44,60,  em um relatório de 15 de maio.

"A confiança dos negociadores a descoberto foi abalada", disse Phil Flynn, analista sênior de mercado da Price Futures Group em Chicago.

"Muitos pessimistas continuaram apostando que os preços cairiam depois da recuperação. Quando bancos relativamente pessimistas, como o Goldman Sachs, passaram a adotar uma perspectiva mais otimista, os pessimistas tomaram nota."

A produção de petróleo bruto dos EUA caiu para 8,77 milhões de barris por dia na semana finalizada dia 20 de maio, o menor volume desde setembro de 2014, mostrou um relatório da Administração de Informação de Energia dos EUA.

O número de plataformas ativas nos EUA totalizou 316 na semana passada, duas a menos, a menor quantidade desde outubro de 2009, de acordo com dados da Baker Hughes.

"O número de plataformas ressalta o argumento otimista", disse Flynn. "Eles ainda estão reduzindo o número de plataformas e vai demorar meses para que algum aumento dos preços possa provocar um aumento da produção de petróleo."