Brexit, e não a economia, é risco para títulos europeus
(Bloomberg) -- Quem seriam os potenciais perdedores se as pesquisas e casas de apostas estiverem erradas em relação à Brexit? Acrescente a essa lista os detentores de títulos de países da Finlândia à Itália.
A Brexit poderia fomentar o surgimento de "movimentos políticos extremistas" e apelar a um ressentimento latente sobre o projeto europeu, de acordo com Jan Von Gerich, estrategista-chefe do Nordea Bank em Helsinque.
Na Itália, o rendimento adicional sobre os títulos do governo com vencimento em 10 anos em relação às notas alemãs equivalentes era de 120 pontos-base na terça-feira. E ficaria acima de 175 pontos-base após um voto a favor da Brexit, disseram analistas do UBS Group.
Mais do que a apreensão sobre as consequências para o comércio de a segunda maior economia da Europa sair da União Europeia, composta por 28 membros, o temor é que a decisão de abandonar o bloco no referendo de 23 de junho no Reino Unido possa desencadear uma série de votações similares em toda a região.
Metade dos eleitores consultados pela Ipsos Mori em oito países acha que seus governos deveriam realizar uma consulta sobre a permanência de seus países na UE.
"Os investidores em títulos deveriam se preocupar mais com as consequências políticas do que com os vínculos econômicos diretos", disse von Gerich. "Se a Brexit ocorrer, os diferenciais em relação à Alemanha provavelmente aumentariam de modo geral. Os títulos da Holanda, da Itália e da França parecem vulneráveis. Em um espaço seminuclear não há alternativas boas".
Até agora, os investidores em títulos da zona do euro têm se mostrado impassíveis em relação a uma Brexit. Isso acontece porque o Banco Central Europeu está apoiando o mercado com o programa de flexibilização quantitativa e, em parte, porque a campanha para manter a Grã-Bretanha na UE parece estar a caminho da vitória.
As pesquisas mais recentes mostram uma vantagem de 51% a 46% e a casa de apostas William Hill considera que a chance de a Brexit ser rejeitada é de 83%.
Risco de contágio
Mas se estiverem erradas, o tratamento que o Reino Unido receber depois da Brexit poderia diminuir o entusiasmo por votações similares, de acordo com Jamie Murray, economista-chefe para a Europa, Oriente Médio e a África da Bloomberg Intelligence em Londres. O Reino Unido irá enfrentar um período de dois anos de negociações para decidir as condições de sua saída.
"Não haveria incentivo para mostrar condescendência com os exilados britânicos", disse Murray. "É provável que a Comissão Europeia torne a discussão difícil para limitar o risco de um êxodo".
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