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Déficit de oferta torna zinco a melhor aposta em metais em 2016

Bloomberg News

02/06/2016 12h02

(Bloomberg) -- As fundições chinesas, que produzem mais de 40 por cento do zinco do mundo, poderão reduzir seu ritmo pela primeira vez em quatro anos por não conseguirem matéria-prima suficiente, elevando ainda mais os preços de uma das commodities de desempenho mais forte deste ano.

O zinco, usado para produzir aço antioxidante para tudo, de carrocerias de automóveis a pontes suspensas, subiu 25 por cento em 2016, atingindo o nível mais alto desde julho, porque as mineradoras estão fornecendo uma menor quantidade do concentrado de minério que é refinado para produzir o metal justamente em um momento de recuperação da demanda na China, a maior usuária. Bancos como Goldman Sachs e Macquarie Group preveem novos ganhos, enquanto a Glencore, maior produtora do metal, diz que os déficits estruturais estão de volta.

O mercado do zinco está sentindo os efeitos do colapso de 26 por cento dos preços no ano passado, que levou as mineradoras, incluindo a Glencore, a limitarem a produção e, em alguns casos, a eliminarem a produção de uma vez. A Macquarie estima que a oferta de minério concentrado encolherá 8 por cento neste ano e a consultoria CRU Group projeta a maior escassez da história. As fundições precisarão competir para garantir a diminuição da oferta de concentrado reduzindo as tarifas que cobram das mineradoras para transformá-lo em zinco e isso poderá levar algumas delas a limitarem o refino, segundo a SMM Information & Technology.

"A maioria das fundições não será capaz de manter os níveis de produção agora se as tarifas de processamento diminuírem ainda mais", disse Liu Weijie, analista da consultoria SMM em Xangai.

Déficits de oferta

A produção de zinco refinado na China deverá cair cerca de 6 por cento em 2016 em relação ao ano anterior, para 5,65 milhões de toneladas, em meio ao maior déficit de oferta de concentrado minerado da história, segundo Dina Yu, analista da CRU Group em Pequim. O déficit será de 910.000 toneladas em termos de metal presente no minério, derrubando as tarifas de derretimento doméstico ao nível mais baixo em quase dois anos, mostram dados da SMM Information & Technology.

As tarifas à vista para a produção mineira doméstica caíram para 5.200 yuans (US$ 790) a tonelada de conteúdo de metal em maio, nível mais baixo desde julho de 2014, mostram dados da SMM. As despesas com minério importado atingiram o nível mais baixo desde 2012, segundo Yu, da CRU.

As fundições também estão recebendo pressão de fora da China. As aquisições de concentrado estrangeiro atingiram o menor nível desde 2014 em abril e apresentam queda de 17 por cento nos quatro primeiros meses em relação ao ano passado, segundo dados alfandegários. "As minas estrangeiras estão priorizando a oferta para suas próprias refinarias, levando a uma grande queda nas exportações para a China", disse Liu, da SMM. Como contraste, as importações de zinco refinado subiram 65 por cento nos quatro primeiros meses em relação ao ano anterior, mostram dados alfandegários.