XP quer ter banco no Brasil; abre escritório em Genebra
(Bloomberg) -- A XP Investimentos, que conta com o General Atlantic como acionista, está solicitando licença de banco no Brasil e também vai abrir um escritório em Genebra neste mês, expandindo serviços para clientes latino-americanos em meio ao recuo de alguns concorrentes.
Uma licença bancária permitiria à empresa com sede no Rio de Janeiro conceder empréstimos a juros baixos para indivíduos e investidores institucionais utilizando investimentos de clientes como garantia, disse o presidente da corretora, Guilherme Benchimol, em entrevista. A empresa contratou nove pessoas para o escritório de Genebra, que abrirá neste mês para atender a clientes latino-americanos que preferem usar uma conta europeia para manter seu dinheiro no exterior, disse ele.
"Nós já podemos oferecer aos clientes todos os tipos de fundos -- de ações, de renda fixa, fundos de hedge -- e queremos oferecer a eles também a praticidade de ter uma conta conosco", disse Benchimol. A XP poderá analisar também em algum momento a oferta de cartões de crédito, disse ele.
A XP está tentando tirar proveito da lacuna deixada pela saída de algumas empresas internacionais do país. O Citigroup informou que planeja vender sua divisão de banco de varejo no Brasil, na Argentina e na Colômbia, mantendo as operações de atendimento a clientes institucionais e corporativos. O Deutsche Bank está deixando países latino-americanos como a Argentina e o México e reduziu aproximadamente pela metade seus funcionários no Brasil ao transferir seu trading para outras partes. O HSBC Holdings fechou um acordo para venda de sua unidade no Brasil ao Banco Bradesco em agosto por US$ 5,2 bilhões.
Negociações com Citigroup
A XP "manteve algumas conversas" para a compra dos negócios de varejo do Citigroup no Brasil e ainda está interessada nos ativos, mas as negociações "não estão evoluindo", disse Benchimol, preferindo não fornecer mais detalhes.
O plano é criar o banco assim que a XP receber a licença de banco múltiplo do Banco Central, algo que Benchimol estima que ocorrerá até o fim do próximo ano. O banco contará com capital inicial de R$ 100 milhões, disse ele.
Além de Genebra, os escritórios da XP em Londres e Miami também estão se expandindo para oferecer serviços a indivíduos ricos, segundo Benchimol.
A XP tem cerca de US$ 600 milhões em ativos de indivíduos latino-americanos sob gestão e a meta é ampliar esse total para US$ 1 bilhão até o final deste ano, disse ele.
Em Nova York, a XP criou um negócio de NDF (non-deliverable forward, em inglês) em janeiro, entrando no mercado de balcão de corretagem de derivativos fora do Brasil. A empresa acaba de se mudar para um escritório maior em Manhattan para acomodar seus planos de expansão e cerca de 40 funcionários, o dobro do número com que contava no final do ano passado.
A XP abriu sua corretora em Nova York em 2011 atendendo a fundos americanos com investimentos em mercados brasileiros. Atualmente, o escritório atende também a clientes latino-americanos que investem no exterior.
"Teremos um grande foco em nossa expansão internacional", disse Benchimol.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.