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Fundo da BlackRock anuncia nova ordem nos mercados emergentes

Ye Xie e Elena Popina

08/06/2016 11h41

(Bloomberg) -- É oficial: os fundos negociados em bolsa agora estão no topo do mundo em desenvolvimento.

No mês passado, os ativos do principal fundo negociado em bolsa (ETF, na sigla em inglês) da BlackRock para dívidas de mercados emergentes aumentaram para US$ 6,5 bilhões, eclipsando o maior fundo mútuo da categoria. Pela primeira vez, os ETFs são as opções mais populares para títulos e ações de países em desenvolvimento.

Embora os fundos de índice de baixo custo sejam há muito tempo a escolha para os investidores comuns das economias avançadas, sua ascensão nos mercados emergentes é mais surpreendente.

Em teoria, é mais fácil para gestores de recursos inteligentes encontrar joias escondidas e entregar retornos descomunais em mercados menos desenvolvidos. Na realidade, os gestores de ativos de todo o mundo estão tendo dificuldades para superar seus índices de referência. Nesta semana, Peter Kraus, CEO da gigante AllianceBernstein Holding, disse que o setor cresceu muito e pode precisar encolher em US$ 10 trilhões.

"Os investidores estão votando com suas carteiras", disse Stephen Tu, analista sênior da Moody's Investors Service. "As pessoas naturalmente presumem que estar ativo deve ser uma opção melhor que permanecer passivo em mercados menos líquidos e ineficientes, mas esta é uma percepção equivocada".

Os investidores estão fazendo a mudança em um momento em que os ativos dos mercados emergentes mostram sinais de vida. Após três anos de marasmo, os títulos denominados em dólares subiram cerca de 8% neste ano em um momento de alta dos preços do petróleo, estabilização do crescimento da China e perda de parte do impulso do dólar.

A renovação da demanda foi vantajosa para o iShares JPMorgan USD Emerging Markets Bond ETF da BlackRock, que investe em dívidas em dólares emitidas por países em desenvolvimento.

Apenas em março, quando os títulos soberanos dos países em desenvolvimento tiveram seu melhor mês em quatro anos, os investidores adicionaram US$ 1,3 bilhão ao fundo. Trata-se da maior entrada de recursos desde a criação do ETF, em dezembro de 2007. Em 6 de junho, seus ativos haviam inchado para US$ 6,8 bilhões, contra US$ 4,6 bilhões no fim de 2015.

O ETF da BlackRock superou o Pictet Global Emerging Debt Fund e o Stone Harbor Emerging Markets Local Currency Debt Fund, que mantiveram o primeiro lugar em vários momentos deste ano.

"Em um ambiente no qual o yield geralmente é baixo e as tarifas podem reduzir boa parte do retorno dos investidores, muitos investidores estão preferindo produtos de custo mais baixo", disse Matthew Tucker, chefe de estratégia de renda fixa do iShares Americas na BlackRock. Os custos mais elevados das transações nos mercados emergentes também tornam menos rentável para as gestoras de fundos a escolha de títulos atraentes, mas de pouca liquidez, disse ele.

--Com a colaboração de Charles Stein e Inyoung Hwan