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Fator Yellen mantém viva reunião de julho do Fed, diz Goldman

Luke Kawa

09/06/2016 14h39

(Bloomberg) -- Com o S&P 500 muito próximo de sua alta histórica, o Goldman Sachs tem um alerta para os investidores: a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, está aqui para limitar seus ganhos.

Os giros do banco central americano de hawkish para dovish e de novo para hawkish, segundo o estrategista-chefe de crédito Charles Himmelberg, vêm sendo pesadamente influenciados pelas flutuações das condições financeiras.

As condições financeiras, neste caso, são o nível do dólar, o yield dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos, os diferenciais de crédito e os preços das ações, que provocam um impacto sobre a perspectiva de crescimento do país.

"Com o aperto dos mercados de trabalho e o aumento da inflação, nós alertamos que o comitê de política monetária (FOMC) provavelmente responderia flexibilizando as condições financeiras com um afastamento mais nítido da acomodação das políticas monetárias", escreve Himmelberg. "Esta 'opção Yellen', dissemos, provavelmente 'limitaria' o potencial de subida dos ativos de risco".

Este ponto de vista não é muito diferente da relação "carrossel sem graça" entre o banco central e os mercados financeiros delineada pelos economistas do Bank of America. A resposta do tipo "notícia ruim é notícia boa" dos mercados financeiros ao relatório do mercado de trabalho divulgado na semana passada deverá fazer o fator Yellen se voltar para o dinheiro após a reunião de junho, argumenta o estrategista do Goldman.

É claro, o problema é que uma análise desse tipo é agnóstica em relação à causa das condições financeiras mais fáceis. E embora as condições financeiras possam estar dando sinal verde para um aumento da taxa de juros, os dados econômicos domésticos, devido ao relatório do mercado de trabalho dissonante, agora exibem um sinal amarelo.

A opinião do Fed sobre o estado do consumo nos EUA, contudo, mudou de forma relativamente rápida em relação à preocupação mostrada anteriormente nas atas da reunião de abril para um positivo notável ressaltado por Yellen em seu discurso de 6 de junho. Talvez um relatório de empregos sólido para excepcional em junho seja suficiente para acalmar os temores do Fed em relação a uma possível piora do mercado de trabalho, especialmente considerando que outros indicadores, como os pedidos de seguro-desemprego, continuam sinalizando poucos motivos para preocupação.

"Nós achamos que a reunião de julho está viva, sem que nossa equipe econômica dos EUA veja uma probabilidade de 40 por cento de um segundo aumento", conclui Himmelberg.

Os participantes do mercado, contudo, não estão tão convencidos quanto o Goldman.

Até a manhã desta quinta-feira, os futuros dos Fed Funds mostravam uma chance de 20 por cento de alta dos juros em julho.