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Itaú Corpbanca é pior ação de banco da AL com maior potencial

Eduardo Thomson

10/06/2016 12h42

(Bloomberg) -- O Itaú Corpbanca é o banco latino-americano que oferece aos investidores o maior potencial de retorno, dizem os analistas de ações. E é também aquele que apresenta o pior desempenho da região, porque os investidores estão ignorando as recomendações de compra e esperando pela recuperação de seus lucros.

O preço alvo médio de 12 meses do Itaú Corpbanca está 31 por cento acima do preço atual, a maior diferença entre 27 bancos latino-americanos de capital aberto com pelo menos três recomendações de analistas. Contudo, suas ações caíram 5,1 por cento em pesos neste ano, contra um ganho médio de 15 por cento de seus pares da região.

A queda das ações se deve, em parte, ao tropeço do crescimento econômico do Chile, segundo Aldo Morales, da BICE Inversiones, único analista que rebaixou a ação neste ano. Os investidores também estão cautelosos em relação ao banco porque ele foi criado há pouco tempo, em abril, por meio da fusão entre o chileno Corpbanca e a unidade local do Itaú Unibanco, o maior banco da América Latina.

"Não há apetite pelo setor bancário do Chile como um todo, com a inflação desacelerando, uma possível queda do crédito imobiliário e a tendência de desemprego maior", disse Morales. "Ninguém duvida que existe valor escondido nessas ações, mas os investidores estão esperando um momento melhor para entrar".

Um momento chave para a ação virá no final deste mês, quando o banco divulgar o resultado mensal relativo a maio, disse Marcelo Catalán, chefe de pesquisa de ações do Banco de Crédito & Inversiones. O Itaú Corpbanca perdeu 26 bilhões de pesos (US$ 38,3 milhões) no primeiro trimestre após aumentar as provisões devido aos rebaixamentos de produtoras de energia, incluindo empresas do setor de petróleo colombiano, e por causa dos prejuízos com hedges cambiais colombianos.

"O efeito das provisões deverá começar a diminuir nos próximos meses e nós deveremos conseguir focar realmente nos fundamentos e no desempenho do banco", disse Catalán. "As sinergias da fusão com o Itaú se tornarão muito mais evidentes em 2017".