Petroleiras usam economia compartilhada para manter custo baixo
(Bloomberg) -- A maior recessão do setor de petróleo em uma geração levou as empresas a colaborarem de formas antes impensáveis.
Nessa iniciativa global, uma das regiões petrolíferas mais caras do mundo pretende mostrar o caminho. No mês passado, empresas que operam no mar do Norte começaram a juntar peças de reposição e ferramentas e estão até compartilhando planos sobre como perfurar poços a fim de trabalhar de forma mais rápida e econômica, disse Paul Goodfellow, vice-presidente da Royal Dutch Shell para o Reino Unido e a Irlanda.
Trata-se de uma grande mudança em relação ao boom do petróleo, quando os custos não eram um problema tão importante desde que o barril continuasse rondando os US$ 100. Como estão esbanjando menos para tentar se adaptar a preços mais perto de US$ 50, as empresas também buscam impulsionar a rentabilidade para os próximos anos mantendo os custos baixos enquanto os mercados se recuperam.
"Não nos concentrávamos tanto nem com a mesma urgência nos custos quando os preços do petróleo e do gás estavam altos", disse Colette Cohen, vice-presidente sênior para o Reino Unido e a Holanda da Centrica, uma fornecedora de gás natural. "Agora é questão de chegar todos os dias e pensar como é possível melhorar isso ou em como posso reduzir custos", mas é "muito difícil" que isso continue acontecendo quando os preços se recuperarem, disse ela.
Iniciativa
As empresas reagiram à queda dos preços reduzindo os gastos e poderão ter eliminado US$ 1 trilhão por volta de 2020. O setor diminuiu os custos de 10% a 15% ao todo, mas, no Reino Unido, cerca de três quartos dessas economias se referem a coisas como as taxas de aluguel de sondas, que costumam subir de novo quando os preços do petróleo aumentam, disse Malcolm Dickson, analista principal da consultoria Wood Mackenzie.
A iniciativa no mar do Norte pretende evitar isso.
A Shell e suas sócias, como EnQuest, Marathon Oil, Apache, Centrica e Talisman, que pertence à Repsol, começaram no ano passado a elaborar a criação de uma reserva de peças de reposição, que vai de porcas e parafusos até válvulas e compressores, disse Goodfellow. Elas contribuíram com seu equipamento excedente, catalogaram tudo e armazenaram mais de 200.000 peças em depósitos em Aberdeen.
O sistema, administrado por uma empresa chamada Ampelius Trading, começou a funcionar on-line há algumas semanas. Então agora, por exemplo, se a Shell precisar de uma válvula para uma instalação no mar do Norte, poderá acessar o sistema, conferir o catálogo, fazer um pedido e receber a peça no dia seguinte em vez de esperar "seis semanas, seis meses", disse Goodfellow.
Embora essa cooperação seja "muito desejável", ela não basta para compensar totalmente os atuais preços baixos do petróleo, disse Nick Butler, professor visitante do Policy Institute da Kings College em Londres e ex-vice-presidente de estratégia da BP. A redução de investimentos na área começará a afetar a produção a partir de 2018, disse ele.
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