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Templeton permanece em emergentes em meio a queda por Brexit

Lilian Karunungan

27/06/2016 15h15

(Bloomberg) -- A Franklin Templeton, que administra um dos maiores fundos de renda fixa do mundo, manterá sua perspectiva de investimento para mercados emergentes como o México e a Indonésia em meio à crise provocada pela Brexit, que fez com que os administradores de recursos fugissem de ativos com yields altos para refúgios como o iene e os títulos do Tesouro dos EUA.

Michael Hasenstab, gerente de fundos para o Templeton Global Bond Fund, de US$ 48 bilhões, incorporado nos EUA, escreveu que a empresa pretende aproveitar alguns dos "deslocamentos ocorridos após a votação".

As ações e as moedas de mercados emergentes caíram nesta segunda-feira pelo segundo dia consecutivo depois que um indicador de ações de países em desenvolvimento registrou a maior queda em dez meses na sexta-feira.

"Durante o fim de semana e nas próximas semanas, quando as pessoas começarem a destilar o que realmente importa em relação ao resultado deste acontecimento para a Europa e o restante do mundo, acho que alguns desses ativos de risco nos mercados emergentes que sofreram uma queda forte começarão a se recuperar", escreveu Hasenstab no comentário.

A decisão tomada no referendo terá efeito permanente sobre a economia britânica e provavelmente também enfraquecerá o euro, escreveu ele.

Moedas em queda

As moedas de mercados emergentes estão prolongando um recuo por causa da especulação de que a decisão tomada pelo Reino Unido reduzirá o crescimento global e porque o petróleo está aumentando as perdas.

O rand sul-africano e o zloty polonês tiveram o pior desempenho entre as moedas de países em desenvolvimento desde o referendo do dia 23 de junho, com recuos de pelo menos 5 por cento cada. O peso mexicano despencou para uma cotação mínima recorde.

O México possuía a maior alocação no Templeton Global Bond Fund, de 13,9 por cento no fim de março, segundo dados compilados pela Bloomberg. As seguintes eram a do Brasil, de 13,6 por cento, da Coreia do Sul, de 11,5 por cento, e da Indonésia, de 8,1 por cento.

Apesar do euro ter se desvalorizado 3,2 por cento frente ao dólar desde o dia 23 de junho, a moeda ainda registra uma alta de 1,5 por cento neste ano, mostram preços compilados pela Bloomberg. A votação tem efeito negativo sobre a economia britânica.

A Europa responde por mais de 50 por cento do comércio internacional do país e seria difícil para o Reino Unido repetir os acordos comerciais que ele tem agora como parte da UE, segundo Hasenstab.

"O maior efeito provavelmente é o que acontecerá com a Europa se isso indicar a ascensão de um sentimento populista e nacionalista em todo o continente europeu contra a UE e o projeto da zona do euro", escreveu ele.

"Acredito que, no futuro, haverá mais referendos e mais partidos nacionalistas defendendo desfiliações, o que criará uma volatilidade tremenda e um período complicado na zona do euro".