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Pequenas empresas nos EUA não encontram mão de obra qualificada

Luke Kawa

12/07/2016 13h09

(Bloomberg) -- Quase metade das pequenas empresas que tentaram preencher vagas no segundo trimestre informaram que nenhum ou poucos candidatos qualificados se apresentaram para esses postos, de acordo com o relatório relativo a junho sobre o otimismo de pequenas empresas, elaborado pela Federação Nacional das Empresas Independentes (NFIB, na sigla em inglês).

Logo depois do relatório sobre emprego relativo a junho, que mostrou que a geração de vagas aumentou 287.000 no mês, os detalhes do relatório da NFIB deveriam dar mais alívio à autoridade monetária dos EUA, cuja incerteza em relação à situação do mercado disparou depois do crescimento medíocre dos dados do mercado de trabalho em maio.

Caso o mercado de trabalho continue melhorando e a inflação dê sinais de voltar a subir para a meta de 2 por cento, as autoridades do Fed afirmaram que seria adequado elevar a taxa de juros de referência duas vezes antes do fim do ano, de acordo com o "dot plot" publicado em junho.

O relatório da NFIB mostrou que 29 por cento das pequenas empresas disseram que tinham vagas que não conseguiram preencher, e 15 por cento dos proprietários consultados disseram que encontrar mão de obra qualificada era seu problema empresarial mais importante, quase a leitura mais alta desta expansão.

Enfrentando essa escassez de trabalhadores, é de certo modo surpreendente que apenas 14 por cento líquidos dos proprietários tenham indicado que pretendem elevar a compensação dos funcionários, e a diferença entre a proporção de opiniões positivas e negativas foi um pouco inferior à do relatório de maio.

O indicador do crescimento salarial do Fed de Atlanta, no entanto, sugere que o aperto no mercado de trabalho está incentivando os empregadores a elevar os salários. Este indicador se manteve em uma tendência ascendente desde outubro e atingiu novos picos de ciclo nos últimos registros, com uma aceleração da mediana do crescimento salarial ano a ano para 3,5 por cento em maio.

Em uma nota recente a clientes, Torsten Sløk, economista-chefe internacional do Deutsche Bank, observou que a proporção de pessoas que indicaram que gostariam de trabalhar em comparação com a disponibilidade de vagas já é mais baixa que os valores mínimos registrados durante o boom imobiliário.

As últimas atas do Federal Reserve sugerem que os responsáveis pela política monetária que acreditam que os recentes dados estatísticos do mercado de trabalho sejam indicadores de uma economia que está perto do pleno emprego são uma pequena minoria.