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Para Bank of America, pagamentos digitais reduzirão custos em US$ 1 bi

Laura J. Keller e Jenny Surane

04/08/2016 14h03

(Bloomberg) -- O Bank of America, que gasta cerca de US$ 1 bilhão por ano com manipulação de dinheiro, economizará recursos e precisará de menos funcionários quando mais clientes estiverem efetuando pagamentos de forma eletrônica, segundo o CEO Brian Moynihan.

"Esta é a realidade, simplesmente: quanto mais eletronificação, menos gente", disse Moynihan, 56, na quinta-feira, em entrevista à Bloomberg TV. "Foi dessa forma que passamos de 280.000 funcionários para 211.000".

O Bank of America está entre os grandes bancos, como JPMorgan e Wells Fargo, que fazem parte do clearXchange, uma rede de pagamentos que conecta 100 milhões de clientes de bancos online e possibilita que eles transfiram dinheiro instantaneamente de uma conta para outra.

Os bancos esperam que essa parceria crie uma verdadeira defesa contra a crescente popularidade, entre os integrantes da geração Y, de serviços como o Venmo, da PayPal Holdings, e que também reduza custos.

"É mais seguro que as pessoas carreguem menos dinheiro", disse Moynihan. "Mas a metodologia das transferências precisa ser fácil, e é isso que estamos desenvolvendo".

Moynihan disse que a ideia é tornar esses pagamentos de pessoa para pessoa "tão onipresentes quanto os cheques". Ele disse que a compensação de cheques, o abastecimento dos caixas eletrônicos e a oferta de dinheiro vivo a comerciantes respondem pela maior parcela dos custos de manipulação de dinheiro da empresa.

'Mais seguro'

A transferência de clientes para o banco online e digital permitiu que o Bank of America, que tem sede em Charlotte, na Carolina do Norte, reduzisse o número de agências de 6.100, há cerca de oito anos, para 4.600, disse Moynihan. Durante esse período, o banco reduziu o número de funcionários no banco de varejo em 40%, para 60 mil, disse ele.

Moynihan reiterou seu plano de corte de custos na quinta-feira, dizendo que o banco reduzirá as despesas totais em cerca de US$ 4 bilhões, para US$ 53 bilhões, até o final de 2018.

Além disso, Moynihan disse que a carteira de empréstimos imobiliários comerciais do banco, atualmente avaliada em cerca de US$ 60 bilhões, está voltando a crescer lentamente após uma queda nos anos posteriores à crise financeira.

Os órgãos reguladores dos EUA, incluindo o Escritório do Controlador da Moeda (OCC, na sigla em inglês), alertaram recentemente para o aumento do risco de crédito com o aumento dos empréstimos e com uma subscrição mais flexível, especialmente de hipotecas comerciais.

"O que está nesse livro é muito cuidadosamente elaborado e por isso somos bem conservadores nesse ponto, porque isso nos colocou em problemas", disse Moynihan. "Os imóveis têm uma ligação muito local e é por isso que o controlador está tão preocupado com isso. E, contudo, são os empréstimos mais fáceis de se fazer. Sempre há demanda".