Venezuela deve evitar calote novamente mesmo com piora da crise
(Bloomberg) -- Mesmo com o aprofundamento do colapso econômico da Venezuela, o país tem uma boa chance de sobreviver a mais um ano sem deixar de honrar os pagamentos de seus títulos.
Esta é a conclusão de gestoras de recursos como a Aberdeen Asset Management e de bancos de Wall Street como o JPMorgan.
Em dificuldades financeiras, o país esteve sob alerta de calote nos últimos dois anos porque os preços do petróleo continuam em baixa, a economia está implodindo e a turbulência política continua piorando em meio ao esforço para substituir o presidente. Contudo, a Venezuela tem conseguido juntar dinheiro suficiente para honrar bilhões em pagamentos de dívidas, e parece que neste ano a situação não será diferente. A Petróleos de Venezuela, a endividada petroleira estatal, possui US$ 4,1 bilhões em pagamentos de dívidas por fazer até o fim do ano.
"Consideramos que eles têm recursos suficientes para pagar" dívidas equivalentes a US$ 1,4 bilhão que vencem em outubro, disse Anthony Simond, gestor de recursos da Aberdeen Asset Management, empresa com sede em Londres que administra cerca de US$ 10 bilhões em dívidas de mercados emergentes. Ele possui notas com vencimento em 2016 e 2017 emitidas pela PDVSA, como a petroleira é conhecida.
Embora reconheça que os US$ 2,7 bilhões em pagamentos para novembro serão "um pouco mais complicados", ele disse que o presidente Nicolás Maduro quer "evitar um calote a todo custo". O ministro do Petróleo, Eulogio Del Pino, que é também presidente da PDVSA, disse que a empresa está em negociações avançadas para refinanciar as dívidas que vencem nos próximos 18 meses.
O poder de Maduro é cada vez menor porque a piora da escassez de todo tipo de produto, de alimentos a remédios, intensifica a insatisfação da população. Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs, disse em nota de 22 de julho que o país entrou em uma "depressão" com sinais de hiperinflação, mas que provavelmente efetuará todos os pagamentos de dívidas deste ano queimando reservas internacionais.
O Fundo Monetário Internacional prevê que o produto interno bruto encolherá ao inédito ritmo de 10 por cento neste ano e que a inflação excederá 700 por cento. Em 20 de julho, Alejandro Werner, diretor do departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, disse que a Venezuela registrará o "pior desempenho do mundo em termos de crescimento e inflação".
Apesar de tudo isso, analistas do JPMorgan, liderados por Ben Ramsey, estimam que a Venezuela honrará os pagamentos de dívidas.
"Nós mantemos a visão de que a disposição de pagar é muito elevada", disseram eles, em nota de 27 de julho a clientes. "E a PDVSA não tem a intenção de desencadear um evento de crédito".
A assessoria de imprensa da PDVSA preferiu não comentar nenhuma iniciativa relacionada a dívidas em andamento na empresa, nem a percepção dos investidores a respeito da solvência da petroleira. Telefonemas e e-mails para representantes do banco central não foram respondidos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.