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Clientes do BSI resgatam US$ 6,4 bi em 3 meses, aponta BTG

Giles Broom

10/08/2016 12h00

(Bloomberg) -- Os clientes do BSI, banco suíço privado que está sendo comprado pelo EFG International, resgataram 6,3 bilhões de francos suíços (US$ 6,4 bilhões) no segundo trimestre de 2016, segundo o banco brasileiro BTG Pactual, proprietário atual da instituição.

Os ativos sob gestão do BSI, que tem sede em Lugano, caíram de R$ 295 bilhões no fim de março para R$ 243 bilhões (US$ 77 bilhões), disse o BTG em comunicado sobre o resultado, com data de 9 de agosto. Os ativos caíram 29 por cento desde o fim de 2015, mostra o comunicado. Uma representante do BSI preferiu não comentar quando contatada na quarta-feira.

O BSI foi repreendido por órgãos reguladores na Suíça e em Cingapura, em maio, devido aos inquéritos sobre supostos atos de corrupção no fundo soberano malaio 1MDB. A Autoridade Monetária de Cingapura multou o BSI e cassou a licença do banco na cidade-estado.

O BSI reagiu contestando a apreensão de parte de seus lucros pela Suíça e disse que os comunicados do órgão regulador do país "prejudicaram severamente" sua reputação.

"A ação [dos órgãos reguladores] em relação ao 1MDB é a causa mais provável dos resgates no BSI", disse James Anderson, fundador da empresa de pesquisa PAM Insight, com sedes em Londres e Genebra. "Em uma era em que a marca e a reputação são cada vez mais frágeis, muitos clientes legítimos que cumprem suas obrigações fiscais não gostam de ser associados ao cheiro de improbidade".

Promotores de pelo menos quatro países estão realizando investigações sobre lavagem de dinheiro e fraude internacional em torno do 1Malaysia Development BhD. Uma comissão parlamentar malaia identificou pelo menos US$ 4,2 bilhões em transações irregulares do fundo estatal e recomendou que o conselho consultivo encabeçado pelo primeiro-ministro Najib Razak seja dissolvido. O 1MDB e Najib negaram sistematicamente as irregularidades.

Mais de US$ 3,5 bilhões foram canalizados de forma fraudulenta da Malásia por meio de uma rede de empresas de fachada e uma parte do dinheiro foi operada por diversos bancos internacionais, disseram promotores dos EUA em documentos no mês passado.

O EFG, que tem sede em Zurique, disse que garantiu as indenizações e criou uma conta de garantia com o BTG Pactual relacionada aos problemas legais do BSI na Malásia. O preço de aquisição do BSI está sujeito a ajustes, incluindo mudanças em seu valor contábil e nos fluxos de recursos dos clientes, disse o EFG no mês passado. Uma porta-voz do EFG preferiu não comentar.

O BTG e o proprietário anterior do BSI, o Assicurazioni Generali, divergem quanto às indenizações por possíveis prejuízos ligados às relações do BSI com o fundo malaio.