Ano de altos e baixos prejudica ambições internacionais do yuan
(Bloomberg) -- Os principais analistas do yuan dizem que a estabilidade está chegando com um custo.
Após um ano marcado pela surpreendente desvalorização em agosto passado e uma série de fixações inesperadas do yuan em janeiro, as autoridades controlaram a volatilidade com controles de capital mais rígidos e maior intervenção. Embora essas medidas tenham aliviado as pressões dos fluxos de saída, também mostraram que as autoridades estão dispostas a adiar as ambições de que o yuan se torne uma moeda internacional.
A poucas semanas de o yuan ser incluído na cesta de moedas de reserva do FMI, o Royal Bank of Canada afirma que a China desacelerou o ritmo das reformas necessárias para que o yuan possa ser negociado mais livremente. A fatia de pagamentos internacionais da moeda caiu para o menor valor em dois anos e a persistente desvalorização reduziu seu apelo como alternativa ao dólar, e os depósitos diminuíram no maior centro offshore de Hong Kong.
"Talvez no futuro chegue o dia em que a liberalização da balança de capital e o desejo de ter uma moeda de reserva seja viável e possível, mas este não é o momento porque temos questões mais urgentes que a liberalização", disse George Magnus, assessor econômico independente em Londres do UBS Group. "Por enquanto, acho que é a estabilização, custe o que custar".
Embora a desvalorização pontual de 1,9 por cento há um ano tenha visado que o yuan se voltasse mais ao mercado, esta medida pegou os traders internacionais de surpresa e alimentou a especulação de que as autoridades tinham a intenção de derrubar a moeda para dar um impulso às abatidas exportações. Na esteira de um resgate mal feito do mercado acionário, a falta de clareza em relação à transição gerou mais críticas em relação ao modo em que os órgãos reguladores chineses lidam com os mercados financeiros do país e elevou a volatilidade do yuan a recorde no dia 13 de agosto.
À medida que os fluxos de saída aceleraram até atingir US$ 1 trilhão em 2015, o governo intensificou a análise de transações transfronteiriças e congelou as quotas de um programa que permite que indivíduos invistam no exterior. O novo sistema do banco central para definir a fixação do yuan -- que limita as movimentações cambiais a 2 por cento para cima ou para baixo -- também aparentou ser flexível. Nos dias seguintes à queda do yuan em agosto e em janeiro, a taxa de referência mal se moveu durante pelo menos uma semana, apesar das oscilações consideráveis nos mercados cambiais internacionais. No fim do mês passado, o banco central apareceu para impedir que o yuan caísse mais de 6,7 por dólar com fixações mais fortes que o esperado, de acordo com o RBC e o Scotiabank.
"Ainda falta clareza em relação à verdadeira natureza da política cambial da China", disse Sue Trinh, chefe de estratégia cambial para a Ásia do RBC, em Hong Kong, que estava pessimista em relação à moeda antes da queda de agosto passado. "Essas coisas levam tempo e exigem consistência".
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