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Economista do Deutsche Bank fica pessimista com EUA após analisar PIB

Luke Kawa e Julie Verhage

11/08/2016 16h24Atualizada em 12/08/2016 11h33

(Bloomberg) -- O dia 30 de julho de 2015 foi o dia em que tudo mudou para o economista-chefe do Deutsche Bank para os EUA, Joseph LaVorgna.

Naquele dia, a leitura inicial de crescimento do PIB dos EUA para o segundo trimestre mostrou uma expansão da economia de 2,3 por cento, 0,2 pontos abaixo da estimativa de consenso e da projeção de LaVorgna. Mas não foi aquele resultado decepcionante que transformou um dos maiores otimistas sobre a economia americana de Wall Street em um analista com uma perspectiva muito mais pessimista para o crescimento. Na verdade, foram as revisões de números anteriores do crescimento fornecidas junto com aquela publicação que segundo LaVorgna foram um "momento eureca" para a forma em que ele via a economia dos EUA.

O Escritório de Análise Econômica dos EUA indicou que de 2011 até 2014, o PIB real aumentou a uma taxa anual média de 2 por cento, três décimos de ponto percentual a menos que os números informados anteriormente.

"O que aconteceu foi que nós recebemos as revisões do PIB e demonstrou-se que a economia estava ainda mais fraca do que eu achava, então você volta para olhar os dados e diz: 'uau, o melhor ano de crescimento do PIB nesse ciclo foi 2010, com um crescimento real de 2,5 por cento", disse ele. "Não temos um crescimento real de 3 por cento desde 2005, portanto, na minha opinião, não tinha chance de nós levarmos o crescimento para 3 por cento ou mais".

O 'momento eureca'

Enquanto o debate sobre se a economia dos EUA enfrenta um crescimento sem brilho que justifique anos de taxas de juros baixas prossegue, LaVorgna desfrutou de certo sucesso inicial na sua virada para o copo meio vazio. Isso acontece porque, em retrospectiva, o fim de julho do ano passado resultou ser um bom momento para moderar as expectativas de crescimento.

Apesar de que o crescimento no terceiro trimestre acabou sendo de 2 por cento, nos dois trimestres seguintes ele recuou para menos de 1 por cento a uma taxa anualizada e ajustada sazonalmente. Aquele "momento eureca" teve impacto visível na posição do economista em relação aos seus pares.

De 2013 até o segundo trimestre de 2015, as estimações trimestrais de LaVorgna para o PIB superaram a estimativa de consenso para a vasta maioria das observações. Mas desde a publicação das revisões anuais em 2015, ele projetou taxas abaixo dessa estimativa para cada publicação trimestral inicial do PIB.

'Vamos crescer'

As estimativas de consenso erraram pela taxa cumulativa de 1,7 pontos porcentuais no período, enquanto que LaVorgna errou por apenas meio ponto porcentual.

LaVorgna projeta um crescimento inferior à estimativa de consenso para 2016, 2017 e 2018.

"Vamos crescer, só que não acredito que cresceremos muito mais de 2 por cento, a menos que algo mude na economia global ou no âmbito fiscal dos EUA", concluiu ele.