Salto da Libor eleva despesas com juros em US$ 14,2 bi
(Bloomberg) -- Os rendimentos da maioria dos títulos de referência do mercado mundial de renda fixa desabaram para os menores níveis em registro. Mas há uma notável exceção: a Libor (London Interbank Offered Rate), que disparou para o maior patamar desde 2009.
Isso importa porque até US$ 6,9 trilhões em dívidas estão atreladas á Libor, incluindo alguns financiamentos corporativos, imobiliários e estudantis, de acordo com estimativas de analistas do Goldman Sachs contidas em um relatório datado de segunda-feira. Com o aumento da taxa, os devedores têm de pagar mais para honrar obrigações com juros flutuantes vinculados à Libor. Assim, a elevação de 0,2 ponto porcentual na Libor com prazo de três meses desde o começo do ano teoricamente se traduz em despesas adicionais com juros de US$ 14,2 bilhões para todos os devedores com empréstimos atrelados à taxa.
A situação é curiosa porque o rendimento do título do Tesouro americano com prazo de 10 anos recuou neste ano, da mesma forma que as taxas de dívidas soberanas ao redor do mundo alcançaram novas mínimas. E embora esteja considerado outro acréscimo na taxa básica de juros, o banco central dos EUA (Federal Reserve) não parece ter pressa em fazer isso.
Então por que a Libor sobe quando a maioria dos juros de referência cai? Um dos motivos é que as novas regulamentações que entram em vigor no fim do ano tornaram os fundos de renda fixa de curtíssimo prazo menos atraentes para alguns investidores, reduzindo a demanda pelos investimentos de curto prazo que garantem o financiamento em dólar para os bancos. Alguns analistas ficam aliviados com essa explicação porque significa que o aumento não foi causado por episódios de estresse no sistema financeiro.
Outros enxergam motivos diferentes, incluindo a introdução de políticas de juros negativos na Europa, que intensificaram a avidez global por dólares. Com mais gente querendo dólares, ficou mais caro obtê-los.
Os analistas do Goldman ressaltaram que, apesar da elevação da Libor, as condições de crédito ficaram mais relaxadas para um número bem maior de pessoas, considerado a queda do rendimento dos títulos do Tesouro americano e de outros governos. Porém, isso não sai de graça.
A tomada de empréstimos está ficando mais cara para muita gente, independentemente da pontuação de crédito, e mesmo se o Fed nunca mais subir os juros nos EUA.
Esta coluna não necessariamente reflete a opinião do comitê editorial da Bloomberg LP e seus proprietários.
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