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Excesso e escassez levam metais à maior divergência em 2 anos

Agnieszka de Sousa

16/08/2016 11h44

(Bloomberg) -- Os mercados de metais ficaram famosos nos últimos anos por um aspecto: grandes prejuízos. Agora isso está começando a mudar.

Após mover-se em sintonia com a demanda chinesa -- subindo nos anos de boom e caindo quando o crescimento perdeu força --, os preços dos metais agora percorrem caminhos separados, tudo por uma questão de oferta. O zinco, o níquel e o estanho subiram devido à escassez e a oferta excedente limita o cobre, o chumbo e o alumínio.

Isso criou a maior divergência entre os preços dos metais desde 2014, segundo estudo de Xiao Fu, chefe de estratégia de commodities da BOCI Global Commodities (U.K.), que examinou as correlações entre diferentes metais.

"Não há visão uniforme dentro do espaço dos metais", disse Robin Bhar, analista do Société Générale em Londres, por telefone. "Eu vejo alguns sinais encorajadores para a esfera das commodities, mas ainda é preciso ser cuidadoso".

Em 2015, a desaceleração da economia da China foi o catalisador dos mercados de metais e a preocupação em relação ao enfraquecimento da demanda por commodities fez os preços entrarem em colapso. O movimento foi uniforme, em grande parte: quatro dos seis metais negociados em Londres caíram cerca de 20 por cento.

Agora, o crescimento lento da China foi em grande parte precificado, por isso as mudanças na oferta estão tendo um efeito maior e provocando movimentos diferentes entre os metais. Por exemplo, o zinco acumula alta de 40 % em 2016, o níquel, de 17%, e o cobre, de 1,8%.