'Bomba' de energia provoca pesadelos em uma mãe sul-coreana
(Bloomberg) -- Não é o calor escaldante da Coreia do Sul que está tirando o sono de Park Hana à noite, é o custo da eletricidade necessária para resfriar o ambiente.
Ela mora em uma residência de 83 metros quadrados na província de Gyeonggi e teme receber contas de luz "poktan", usando a palavra local para "bomba", porque o ar-condicionado está a pleno vapor para proteger seu filho pequeno de uma das piores ondas de calor já registradas no país asiático.
A residência de Park está entre as que pagam mais pela energia do que as fábricas devido a um programa criado em meados da década de 1970 para incentivar setores incipientes na época.
"Eu não posso desligar o ar-condicionado porque meu filho não vai conseguir dormir e eu também não aguento porque chego suada depois de caminhar do trabalho para casa", disse Park, 31 anos. "Uma noite tive um pesadelo em que eu recebia uma conta de luz de 3 milhões de wons (US$ 2.700)".
O governo sul-coreano reduziu temporariamente a tarifa de eletricidade residencial na semana passada devido à demanda recorde, mas Park diz que a medida foi tomada para "acalmar a população, que está irritada".
Esse debate sobre os preços da energia se repete de diferentes formas no mundo todo em um momento em que governos e distribuidoras lidam com a insatisfação dos consumidores em relação aos custos.
A autoridade antitruste do Reino Unido concluiu uma investigação de dois anos, em junho, que aponta que os consumidores britânicos estão pagando 1,4 bilhão de libras por ano em excesso às empresas de eletricidade.
Na Zâmbia, a distribuidora de energia estatal reverteu um aumento de mais de 200 por cento nos preços depois que o Presidente Edgar Lungu afirmou que os consumidores não tinham dinheiro suficiente.
A Califórnia enfrenta apagões em meio à temperatura anormal e os preços chegaram perto do nível mais alto em dois anos em julho.
Na Coreia do Sul, uma política da empresa estatal de distribuição de energia, que cobra tarifas progressivamente mais elevadas dos clientes residenciais com o uso maior, gerou protestos por todo o país, que é a quarta maior economia da Ásia.
Os usuários industriais pagam uma tarifa fixa à Korea Electric Power Corp., conhecida como Kepco, e também uma quantia menor pelo consumo fora das horas de pico.
Os usuários residenciais pagaram 123,69 wons por quilowatt/hora à Kepco no ano passado, mais do que os 107,41 wons pagos pelos consumidores industriais, segundo dados publicados no website da empresa.
O Ministério do Comércio, Indústria e Energia da Coreia do Sul e o Saenuri, o partido do governo, criaram um comitê para reestruturar o sistema de tarifas de eletricidade do país, segundo comunicado enviado por e-mail na quinta-feira. Um porta-voz da Kepco disse que a distribuidora respeita a política estabelecida pelo governo e preferiu não fazer mais comentários.
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