Colegas convenceram ex-Goldman a chefiar candidatura de LA 2024
(Bloomberg) -- Antes de deixar o Goldman Sachs para liderar a candidatura de Los Angeles aos Jogos Olímpicos de 2024, Gene Sykes pediu conselho a um ex-colega de trabalho: Paul Deighton, que anos antes abriu mão do cargo de diretor de operações do banco para a Europa e se tornou CEO do Comitê Organizador de Londres 2012.
"Foi reconfortante escutá-lo falar com tanto entusiasmo sobre sua experiência", disse Sykes, que trabalhou como codiretor global de fusões e aquisições do Goldman até 2015. "Ele me incentivou a seguir em frente porque ele se divertiu muito."
Liderar as esperanças olímpicas de uma cidade pode ser uma tarefa ingrata. Diversas cidades retiraram suas candidaturas quando as autoridades locais perceberam que os custos associados à organização do evento representavam um grande encargo político. Quando finalmente escolheu o organizador dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, o Comitê Olímpico Internacional havia ficado com apenas duas opções e acabou preferindo Pequim a Almaty, a capital do Cazaquistão.
A própria Los Angeles era a segunda opção do Comitê Olímpico dos EUA. Boston ganhou a candidatura oficial dos EUA para os Jogos Olímpicos, realizados no país pela última vez em 1996. Após protestos públicos, Boston abandonou a candidatura.
A campanha de Los Angeles para a Olimpíada, voltada aos seus cidadãos e ao COI, ressalta a capacidade da cidade de organizar o evento sem gastar em excesso. Quase todas as competições seriam realizadas em instalações já existentes, como por exemplo o estádio Coliseum, peça central da Olimpíada de 1984.
"Observando a história dos Jogos Olímpicos, vê-se a construção de uma grande infraestrutura específica para a competição, vilas olímpicas ou estádios extravagantes que depois não são usados", disse Sykes. "Eu entendo a frustração em relação aos desperdícios. Eficiência é um termo muito árido, mas posso garantir que teremos uma Olimpíada muito eficiente."
Sob os holofotes
A Olimpíada de 1984 gerou lucro e, segundo Sykes, a cidade pode oferecer ganhos novamente se o COI a escolher em vez de Paris ou das menos favoritas Roma e Budapeste. A organização do evento custaria cerca de US$ 5 bilhões, excluindo possíveis projetos de infraestrutura. Los Angeles prometeu que seu projeto será financiado integralmente pela iniciativa privada, compromisso feito também pelo comitê da Rio 2016 antes de o Brasil mergulhar em uma forte recessão.
A campanha colocou Sykes, 58, sob os holofotes, posição pouco familiar para o homem que chegou a ser chamado de "o mais influente banqueiro de fusões e aquisições sobre o qual você nunca ouviu falar" pela New York Magazine. Como sócio do Goldman desde 1992 e membro do comitê de gestão do banco, Sykes trabalhou em mais de US$ 1 trilhão em transações de fusões e aquisições, incluindo a compra da DIRECTV pela AT&T por US$ 66,7 bilhões.
"Eu pensei, 'esta pode ser uma maneira de aprender algo novo'", disse ele durante um café da manhã no hotel Copacabana Palace, no Rio. Sykes tinha acabado de se recuperar de um linfoma quando recebeu a oferta para o cargo no comitê de candidatura. Ele sabia que o trabalho seria mais público, "mas não me preocupei com isso".
Sykes também pediu conselhos para outros colegas do Goldman, entre eles o presidente do conselho de administração e CEO do banco, Lloyd Blankfein. Ambos desenvolveram "um laço forte", disse Sykes, quando Blankfein foi diagnosticado com o mesmo câncer.
"Todos querem estar envolvidos, ajudar, saber o que podem fazer", disse Sykes. "Literalmente todos com quem eu trabalhei, todos os que trabalharam para mim. Lloyd tem conversado muito comigo a respeito disso desde o começo."
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