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Tecnologia não dominava tanto o S&P 500 desde bolha pontocom

Linda Wang

22/08/2016 13h36

(Bloomberg) -- As empresas de tecnologia estão exercendo mais controle sobre o mercado acionário dos EUA do que em qualquer outro momento desde a bolha da internet.

Estimuladas por três anos de altas em que a Microsoft e a Alphabet dobraram de tamanho, a Amazon.com triplicou e o Facebook se tornou cinco vezes maior, as ações de computadores e software avançaram para quase 21 por cento do valor do S&P 500 Index, perto do pico em 15 anos. A distância entre a tecnologia e o segundo maior grupo, os bancos, está perto da maior da história.

Embora essa divergência desperte preocupações em qualquer um que tenha atravessado a queda de 2000, a ascensão das empresas de tecnologia tem suas virtudes e, sob alguns aspectos, é um sinal de saúde do mercado. Por exemplo, ela reflete a diminuição da influência dos bancos, que detinham uma fatia muito maior do S&P 500 nos anos prévios à crise financeira. Também é um indício da razão: a tecnologia é um dos únicos setores em que os resultados continuam aumentando.

"A economia subjacente está avançando mais no sentido da tecnologia, então provavelmente não seja incoerente que ela abarque uma parte maior do mercado", disse Brent Schutte, chefe de estratégia em Milwaukee da unidade de gestão de patrimônio da Northwestern Mutual Life Insurance, que administra US$ 89 bilhões. "Não estou dizendo que a tecnologia esteja barata", disse ele. "Só estou excluindo a noção de que esta seja uma bolha prestes a acontecer".

Crescimento dos lucros

As empresas de tecnologia estão ampliando sua liderança ao ritmo mais acelerado em quatro anos, e sua representação no S&P 500 cresceu mais de 1 ponto percentual neste trimestre, para 20,9 por cento, cerca de 5 pontos percentuais acima das ações do setor financeiro. Da Apple à Microsoft, os gigantes do setor de tecnologia agora ocupam metade dos dez primeiros lugares dos rankings das empresas mais valiosas dos EUA, o mesmo número que no auge da loucura da internet.

Ao contrário da era das pontocom, quando os investidores arrebataram empresas web com promessas, mas poucos lucros, os ganhos atuais se baseiam nos resultados, conduzidos pela demanda por produtos como o iPhone da Apple e as propagandas web do Google. A força dessas empresas pôde ser observada na temporada de balanços, quando elas deram a maior surra nos outros setores. Embora as estimativas de crescimento do S&P 500 no terceiro trimestre tenham se tornando negativas, projeta-se que os lucros deste grupo aumentem 2,8 por cento.

"Esse fenômeno se deve tanto a que as empresas de tecnologia tenham um crescimento forte em termos de resultados quanto a que as empresas do setor financeiro estejam saindo de cena", disse Rich Weiss, gestor sênior de carteira em Los Angeles da American Century Investments, que administra cerca de US$ 154 bilhões. "Este crescimento é saudável. Não acho que precisamos nos preocupar com uma bolha de tecnologia, nem agora nem em breve".