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Fundos globais elevam apostas em emergentes por maior rendimento

Natasha Doff

24/08/2016 08h55

(Bloomberg) -- Os fundos globais de renda fixa agora têm mais dinheiro investido em dívidas de mercados emergentes do que em qualquer momento nos últimos quatro anos.

A alocação média em títulos de países em desenvolvimento subiu para 16,5 por cento em julho, segundo a Morningstar. As posições subiram quase quatro pontos percentuais desde o início do ano, mostrou o conjunto de dados de 96 fundos globais com domicílio nos EUA.

Os juros próximos de zero no mundo desenvolvido levaram os gestores de recursos aos títulos dos mercados emergentes com rendimentos cerca de nove vezes maiores, em média, do que os dos ativos de países desenvolvidos, que respondem pela maior parte de suas carteiras. As entradas de recursos provavelmente continuarão apesar da possibilidade de aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve neste ano porque os estímulos monetários na Europa ampliam a demanda por ativos de maior risco, segundo Régis Chatellier, estrategista do Société Générale.

"Não existe uma alternativa real aos mercados emergentes", disse Chatellier, de Londres, que recomenda a compra de títulos soberanos de alto rendimento, como os do Brasil e da Colômbia. "Os rendimentos são negativos ou muito baixos por todos os lados e os gestores de ativos precisam fazer alguma coisa ou não conseguem produzir retornos".

Os títulos soberanos em dólares dos mercados emergentes deram retorno de cerca de 7,6 por cento nos últimos três meses e rendem uma média de 4,2 por cento, segundo um índice da Bloomberg. Os títulos dos países desenvolvidos avançaram 5,3 por cento no período e rendem 0,48 por cento.

Doze dos 18 maiores fundos globais de renda fixa monitorados pela Morningstar elevaram suas alocações no mundo em desenvolvimento no primeiro semestre. A Pacific Investment Management Co. mais do que dobrou as posições de seu fundo global de US$ 14,9 bilhões de março a julho, enquanto o Global Bond Fund da Franklin Templeton, de US$ 47,2 bilhões, ampliou sua exposição aos mercados emergentes em 5 pontos percentuais, para cerca de 51 por cento, no segundo trimestre.