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Fusões e aquisições estão de volta no setor do petróleo

Rakteem Katakey

26/08/2016 09h44

(Bloomberg) -- Os negócios multibilionários estão de volta no setor de petróleo e gás.

Foram anunciados mais de US$ 11 bilhões em transações em todo o mundo em julho depois que a recuperação do petróleo gerou esperanças de maior estabilidade no mercado, informou a Wood Mackenzie. Trata-se do maior total mensal deste ano e eleva o montante desde maio a US$ 32 bilhões, o triplo dos três meses anteriores. O fechamento de negócios continuará acelerando com a estabilização dos preços do petróleo, segundo a consultoria.

A Exxon Mobil e a Statoil estão entre as que saíram às compras após o aumento da confiança gerado pela recuperação do petróleo em relação ao menor nível em 12 anos, no início do ano. As aquisições permitirão que as empresas assegurem seu crescimento futuro, considerando que o setor eliminou US$ 1 trilhão em gastos para proteger seu balanço durante a crise.

"A volatilidade extrema do preço do petróleo no primeiro trimestre gerou muita incerteza", disse Greig Aitken, analista-chefe de fusões e aquisições da Wood Mackenzie. "A atividade melhorou à medida que a confiança voltou e que as empresas começaram a mirar o crescimento futuro em vez de se concentrarem totalmente na sobrevivência."

A Exxon, maior petroleira do mundo em valor de mercado, fechou um acordo no mês passado para adquirir a exploradora de gás natural InterOil por US$ 3,6 bilhões para somar descobertas em Papua-Nova Guiné. A empresa também avançou nas negociações com a Eni para comprar uma participação nas descobertas de gás na costa de Moçambique, disseram pessoas informadas sobre as negociações em julho.

A Statoil, a maior produtora de petróleo da Noruega, fechou no mês passado a aquisição de um bloco de petróleo offshore da Petrobras no Brasil por US$ 2,5 bilhões, sua maior aquisição desde 2011.

Os negócios surgem após um período relativamente parado, em que compradores e vendedores não conseguiam chegar a um acordo sobre os valores em meio ao declínio do petróleo. A América do Norte, onde há muitas empresas explorando xisto, uma atividade de custo mais elevado, registrou no ano passado o menor número de transações desde 2004, segundo dados compilados pela Bloomberg. O barril de petróleo Brent, usado como referência no setor, ficou em média em US$ 35,21 no primeiro trimestre de 2016, nível mais baixo em mais de uma década, e era negociado a US$ 49,40 às 11h27 desta sexta-feira, pelo horário de Londres.

"Os compradores e vendedores estavam muito distanciados até o momento em termos de expectativas para os preços", disse Bijan Mossavar-Rahmani, presidente executivo do conselho da petroleira DNO, que apresentou uma oferta de US$ 300 milhões pela Gulf Keystone Petroleum em julho. "Muitos vendedores ainda tinham esperanças de que se chegasse a um petróleo de US$ 100 ou de pelo menos US$ 80 e isso não se concretizou."

Apesar de ter se recuperado "parece haver um consenso cada vez maior de que o petróleo não voltará tão cedo para os US$ 100", disse Philipp Chladek, analista sênior do setor na Bloomberg Intelligence em Londres. "Por isso, as percepções divergentes em relação aos valores dos ativos, que depois da volatilidade eram o principal empecilho para os negócios, estão gradualmente convergindo."

Para entrar em contato com o repórter: Rakteem Katakey em Londres, rkatakey@bloomberg.net, Para entrar em contato com os editores responsáveis: Telma Marotto tmarotto1@bloomberg.net, Daniela Milanese

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