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BMW planeja cupê para colocar tedioso Série 7 de novo no páreo

Elisabeth Behrmann

29/08/2016 15h48

(Bloomberg) -- Menos de um ano depois que a BMW lançou a versão mais recente de seu principal modelo, o Série 7, um sedã espaçoso capaz de estacionar sozinho por meio de controle remoto, a fabricante admitiu, sem alarde, que o carro não gerou muito impacto. Contudo, o automóvel de US$ 81.500 é tão vital para o resultado final que a BMW está dobrando a aposta com uma variação cupê.

Uma versão esportiva duas portas do Série 7 está em desenvolvimento já para 2019, segundo uma pessoa familiarizada com o plano da BMW, que pediu anonimato porque o assunto não é público. O cupê de luxo é o primeiro de várias novas versões que a BMW está considerando para alavancar as vendas de seu carro de padrão mais elevado.

A Mercedes-Benz usou uma estratégia semelhante para consolidar seu Classe S como o sedã top de linha mais vendido do mundo. Há apenas quatro anos, o Série 7 estava em pé de igualdade com seu rival da Mercedes. Atualmente, as vendas estão 40 por cento abaixo das do Classe S e apenas ligeiramente à frente das do Model S, da Tesla Motors. O ano que vem será ainda mais difícil para o Série 7, porque a Audi deverá lançar uma versão autônoma de seu A8 top de linha. O objetivo da BMW com as novas variações é alcançar a líder novamente, segundo a pessoa familiarizada com os planos da empresa.

O sucesso do Série 7 é importante tanto para a imagem da BMW quanto para seus resultados finais. Após uma década no comando do mundo dos carros de luxo preenchendo praticamente todos os nichos do mercado, de roadsters de duas portas até robustos SUVs, a BMW está perto de perder a liderança neste ano. O visual mais inteligente e uma nova safra de SUVs ajudaram a Mercedes a superar as vendas da BMW em mais de 30.000 carros neste ano até julho.

O sucesso do automóvel mais caro de uma empresa tende a refletir a companhia como um todo e o brilho -- ou a sombra -- do modelo se estende para toda a marca. Sedãs de alto padrão são mais rentáveis que veículos menores, o que os transforma em uma fonte fundamental de recursos para investir em novas tecnologias. E normalmente é neles que as fabricantes de automóveis lançam novos recursos, oferecendo um campo de provas para ideias depois repassadas aos modelos mais baratos.

"O Série 7 não conseguiu o mesmo efeito positivo do novo Classe S, algo que a Audi vai buscar também" com seu novo A8, disse Juergen Pieper, analista do Bankhaus Metzler em Frankfurt. "Falta alguma coisa de especial no carro".