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Airbnb cria medidas para resolver reclamações de discriminação

Eric Newcomer

08/09/2016 13h01

(Bloomberg) -- O Airbnb revelou uma série de medidas para resolver queixas de racismo e outras formas de discriminação feitas por pessoas que usam o serviço online para alugar suas casas.

A empresa sediada em São Francisco vai pedir aos anfitriões para concordarem com uma política anti-discriminação que ultrapassa os requisitos legais, disse em relatório de 32 páginas de autoria de Laura Murphy, ex-chefe da União Americana pelas Liberdades Civis.

As novas regras, elaboradas pelo ex-procurador geral dos EUA Eric Holder e pelo advogado de direitos civis John Relman, irá pedir aos proprietários que afirmem que não vão discriminar com base em "raça, religião, nacionalidade, deficiência, sexo, identidade de gênero, orientação sexual ou idade."

Os proprietários serão impedidos de listar uma unidade no mesmo dia que já disseram a um potencial hóspede que a propriedade não estava disponível, um passo destinado a desencorajar os donos dos imóveis de selecionar hóspedes injustamente. O Airbnb também vai incentivar anfitriões a permitir que os hóspedes reservem uma unidade sem serem selecionados, através de um novo recurso chamado Reserva Instantânea.

Enquanto o Airbnb disse que irá oferecer aos anfitriões um treinamento online sobre preconceito, não foi muito longe como alguns críticos têm pedido, como a remoção de fotografias de hóspedes da plataforma. Fotos de hóspedes e anfitriões podem colocar a raça no centro do debate. Murphy abordou a questão:

"Eu acredito que os hóspedes do Airbnb não devem ser solicitados ou obrigados a se esconder atrás de cortinas de anonimato quando tentam encontrar um lugar para ficar", escreveu Murphy. Ao mesmo tempo, ela reconheceu que oferece alguns benefícios quando se trata de certas transações: "A criação destes tipos de ferramentas anônimas tem ajudado as pessoas a realizar

em com êxito pedidos de hipotecas e buscarem oportunidades de emprego, só para citar alguns exemplos."

O Airbnb tinha inicialmente desconsiderado questões de discriminação, mas começou a responder às críticas crescentes no início deste ano. Um cliente entrou com uma ação de direitos civis contra a empresa, uma empresa chamada "Noirbnb" prometeu um sistema mais inclusivo de aluguel de casas em resposta à discriminação no Airbnb e os críticos começaram a tuitar suas experiências com a hashtag "#Airbnbwhileblack."

Brian Chesky, CEO da Airbnb, disse em uma entrevista há dois meses que estava levando o assunto muito a sério. "Nossa missão é criar um mundo onde as pessoas se sintam como se pertencessem a ele", disse ele. "É por isso que nós estamos fazendo disso uma grande coisa".

No relatório, o Airbnb também se comprometeu a alterar alguns de seus próprios comportamentos. A empresa irá criar uma política de "Porta Aberta", que vai garantir espaço a qualquer pessoa que tenha sido vítima de discriminação na plataforma.

O Airbnb também se comprometeu a contratar uma força de trabalho mais diversificada, aumentando a contratação de grupos sub-representados. A empresa estabeleceu uma meta de ter 11% de seus funcionários pertencentes a grupos minoritários até o final de 2017, dos atuais 9,6%.

Os gastos totais de compras de determinados fornecedores, incluindo aqueles administrados por proprietários pertencentes a minorias, mulheres e veteranos, serão ampliados para 10 por cento até 2019, dos atuais 1%.

"Quando fui abordada pelo Airbnb e pediram que eu liderasse seus esforços para combater a discriminação e o preconceito, eu estava cética", Murphy escreveu no relatório, que foi encomendado pelo Airbnb. "O Airbnb está colocando em prática poderosas mudanças sistêmicas para reduzir significativamente a possibilidade de anfitriões e hóspedes de se engajarem em conduta discriminatória consciente ou inconsciente".