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Siemens vai investir em projetos de infraestrutura na Argentina

Charlie Devereux e Crayton Harrison

15/09/2016 11h16

(Bloomberg) -- A gigante industrial alemã Siemens trabalhará com a Argentina em projetos de infraestrutura de 5 bilhões de euros (US$ 5,6 bilhões), o que ressalta o esforço do presidente Mauricio Macri para conquistar líderes empresariais globais.

A Siemens vai disponibilizar 3,1 bilhões de euros em financiamento apoiado pela agência de crédito à exportação da Alemanha, disse o CEO Joe Kaeser na quarta-feira em Buenos Aires, onde Macri está realizando um fórum nesta semana para promover as políticas do governo voltadas ao mercado.

Os planos para os próximos quatro a cinco anos incluem a criação de usinas de energia a gás altamente eficientes e projetos de energia eólica; a automatização dos sistemas de transporte ferroviário para melhorar o fluxo de tráfego; e trabalhos para tornar os edifícios municipais da cidade de Buenos Aires mais eficientes em termos de energia.

Kaeser disse que o objetivo é criar 3.000 empregos, incluindo o treinamento de 700 jovens em novas habilidades.

O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, acompanhou Kaeser em uma reunião com Macri nesta semana, disse Kaeser em entrevista. "Isso deve ser um sinal da seriedade do compromisso", disse ele. "Trata-se de dois países que estão se unindo".

O plano da Siemens dá a Macri provas para mostrar aos eleitores que suas reformas, que incluíram a desvalorização do peso e um acordo com detentores de dívidas, estão se traduzindo em investimentos muito necessários. O desafio de Macri é transformar as promessas em resultados.

Na semana passada, um medidor no site do Ministério da Fazenda e Finanças havia calculado US$ 32,5 bilhões em promessas de investimento desde dezembro, mas os dados do banco central mostram que na realidade chegaram apenas US$ 1,3 bilhão nos seis primeiros meses de 2016.

"Se desta vez a Argentina fizer as coisas bem, eles podem assumir a liderança na América Latina", disse Kaeser aos participantes do evento organizado por Macri. "Pensem duas vezes antes de esperar porque este é o momento de fazer a diferença e amanhã pode ser tarde demais".

Para a Siemens, os projetos representam uma chance de virar a página na Argentina. No ano passado, Andrés Truppel, ex-diretor financeiro da unidade argentina da empresa, se declarou culpado de ter participado de um esquema de suborno a autoridades do governo do país para garantir um contrato de US$ 1 bilhão para impressão de documentos nacionais de identificação.