Suíno é commodity de pior desempenho por excesso de oferta
(Bloomberg) -- Presunto, bacon, costelinha, lombo -- se vem do porco, os preços estão na lona.
Os futuros do suíno foram o pior investimento em commodities no trimestre passado e nos últimos 12 meses. Simplesmente, há porcos demais. Eles são tão numerosos atualmente que os matadouros precisarão acrescentar turnos e funcionar aos sábados em novembro e dezembro para transformá-los em alimento, de acordo com Will Sawyer, diretor do Rabobank International, em Atlanta.
A oferta gigantesca chega em um momento de pouca demanda por exportação. A China mais que dobrou as compras de porcos dos EUA no primeiro semestre do ano, mas agora freou as transações.
A desvalorização cambial também põe em risco as remessas para o México, destino de 40% do presunto americano. Os preços no atacado por cortes de porco, como presunto e costela, são os mais baixos para esta época do ano desde 2009.
Hedge funds estão sinalizando que a carne provavelmente continuará barata, porque os especuladores reduziram as apostas em alta das cotações de suínos em quatro das últimas cinco semanas.
"Uma nuvem negra paira sobre o mercado como um todo", disse Dustin Guy, corretor da PCI Advisory Services em Waucoma, no Estado de Iowa. "As pessoas se assustaram com os números de abate e não querem adotar posições compradas nesse mercado."
Menos otimismo
O total de posições líquidas compradas em contratos de futuros e opções de suínos caiu 15%, para 26.315 contratos, durante a semana terminada em 27 de setembro, de acordo com dados divulgados pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) três dias depois. É o menor total desde janeiro.
Em Chicago, os contratos futuros de suínos para liquidação em dezembro caíram na sexta-feira 6,4%, para 43,975 centavos por libra-peso, o patamar mais baixo para o mais líquido dos contratos em aberto desde 2009. O contrato desabou 32% no trimestre passado, o maior tombo no Bloomberg Commodity Index, que monitora 22 componentes.
Os futuros poderiam chegar a recuar para 40 centavos, de acordo com Guy. Desde 2002 não houve preços tão baixos.
A produção de suínos disparou 10% em agosto, para 2,15 bilhões de libras-peso, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA divulgados em 22 de setembro.
A tendência provavelmente continuará, porque os números semanais mostram que a quantidade de animais abatidos aumentou regularmente em setembro em comparação com um ano atrás. As ofertas de suínos costumam chegar ao pico no quarto trimestre, o que significa que ainda mais animais estão por vir. Projeta-se que a produção desta carne nos EUA neste ano será a maior já registrada.
"É possível que não tenhamos apenas um recorde, mas um recorde obsceno da oferta", disse Rich Nelson, estrategista-chefe da Allendale em McHenry, Illinois.
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