Deutsche Bank congela contratações para baixar custos, dizem fontes
(Bloomberg) -- As contratações foram congeladas em todo o Deutsche Bank como parte dos esforços do presidente John Cryan para baixar custos e restaurar a confiança dos investidores, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.
Na quarta-feira, a instituição sediada em Frankfurt avisou os diretores divisionais que as contratações estavam imediatamente suspensas, segundo as fontes, que pediram anonimato porque as conversas têm caráter privado. O congelamento das contratações atinge todas as divisões, excluindo algumas funções de controle, como compliance, de acordo com essas pessoas.
Cryan, 55 anos, trabalha para reverter a queda das ações que eliminou quase metade do valor de mercado do banco neste ano. A preocupação maior é com o aumento das despesas legais depois que o Departamento de Justiça dos EUA pediu US$ 14 bilhões para encerrar uma investigação relativa a instrumentos financeiros.
Desde que assumiu o comando, em 2015, Cryan suspendeu bônus para o alto escalão e a distribuição de dividendos, reduziu posições em ativos de risco e eliminou cerca de 9.000 empregos.
"É uma medida muito drástica", disse Michael Seufert, analista da NordLB que recomenda a manutenção das ações do banco em carteira. "Mas faz sentido se estiverem excluindo compliance do congelamento --eles ainda precisam fazer muito."
Um porta-voz do Deutsche Bank preferiu não comentar sobre o congelamento de contratações, fazendo referência a um comunicado divulgado em 6 de outubro, no qual o banco anunciou um acordo com líderes trabalhistas para o corte de 1.000 vagas na Alemanha como parte do plano de reestruturação.
A instituição empregava mais de 101 mil pessoas em junho. No final de 2014, eram 98.138.
Analistas do JPMorgan Chase calcularam que o Deutsche Bank poderia economizar até 1,9 bilhão de euros (US$ 2,1 bilhões) neste ano por meio do congelamento de contratações, principalmente. Ao ser questionado sobre a possibilidade de cancelamento dos bônus dos executivos pelo segundo ano consecutivo, Cryan respondeu ao jornal alemão Bild, no mês passado, que "ninguém tem expectativas irrealistas".
"Uma maneira de cortar custos é reduzir os bônus", disse Philipp Haessler, analista do Equinet Bank, em Frankfurt, que tem recomendação neutra para as ações. "Alguns podem dizer que isso poderia levar a risco de fuga, mas será que isso ocorreria mesmo neste ambiente?"
Congelamento no Barclays
Os maiores bancos europeus reduziram custos e eliminaram empregos para lidar com a queda dos lucros, que têm sido prejudicados por taxas de juros negativas, volatilidade nos mercados e maiores exigências regulatórias.
No caso do Barclays, o presidente Jes Staley congelou as contratações no ano passado e o quadro de funcionários sofreu redução líquida de 13,6 mil postos nos últimos nove meses. O executivo desde então flexibilizou algumas restrições e tornou o processo de contratação menos rígido, de acordo com pessoas com conhecimento da situação.
No mês passado, Cryan indicou aos investidores que não pretende levantar capital, afirmando esperar que o governo americano reduza a proposta inicial. Segundo fontes, continuam as negociações entre o Deutsche Bank e o Departamento de Justiça dos EUA para resolver a investigação sobre instrumentos lastreados em hipotecas residenciais, que já dura vários anos.
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