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Comércio eletrônico da China busca novos clientes na zona rural

Bloomberg News

07/11/2016 14h56

(Bloomberg) -- O novo consumidor-alvo das gigantes do comércio eletrônico da China está na pequena vila de Miaoxia, nas profundezas da província rural Henan.

Gao Xiaoli, que está estudando para ser médica, tem dinheiro para gastar, um smartphone para fazer compras e os impérios do comércio on-line, como a JD.com e a Alibaba Group Holding, correndo para bater na porta da casa dela, que fica a mais de 800 quilômetros ao sul de Pequim. Calcula-se que o comércio eletrônico nas zonas rurais atingirá o valor de 1 trilhão de yuans (US$ 148 bilhões) até 2020, oferecendo um enorme incentivo para mercados como Taobao, da Alibaba.

"Tenho alguns amigos que gastam mais de 2.000 yuans por mês comprando roupa no Taobao", disse Gao. Às vésperas do Dia dos Solteiros, em 11 de novembro, a maior promoção de compras do ano tanto para a Alibaba quanto para a JD, os consumidores que moram longe das grandes cidades de Pequim, Xangai e Chongqing estão abrindo mais a carteira.

Antigamente conhecida principalmente como fonte de mão de obra para as fábricas das cidades, a extensa zona rural da China tem cerca de 618 milhões de habitantes e eles estão se tornando bem-sucedidos, com maior renda e melhor nível de escolaridade. A Alibaba e a JD estão investindo bilhões de dólares para chegar às regiões mais remotas do país e as marcas de smartphone Vivo e Oppo estão surgindo entre as cinco maiores do mundo em capacidade para captar vendas dos consumidores rurais.

A Alibaba se comprometeu a investir pelo menos 10 bilhões de yuans em zonas rurais, para facilitar os pedidos dos consumidores e as entregas.

A JD está lutando para alcançar sua maior rival e afirma que tem presença em cerca de 90 por cento dos condados e distritos do país. Isso significa novos depósitos e quase 2.000 centros regionais de triagem, além de um exército de motoristas e outros trabalhadores para realizar as entregas.

"Temos cerca de 200.000 agentes e representantes nas zonas rurais", disse Shen Haoyu, presidente de negócios internacionais da JD. "Eles ajudam as pessoas a fazerem pedidos e em determinadas circunstâncias também ajudam com a entrega."

Com um custo de vida mais barato, a população do interior do país tem mais dinheiro para gastar do que nunca. A renda disponível em cidades rurais aumentou 160 por cento na década finalizada em 2014, ajudando a tirar muitas pessoas da pobreza e alimentando o impulso do governo para promover o consumo interno.

"A população rural, especialmente a população rural jovem, não é mais como a que nós conhecíamos", disse Wang Feng, professor de sociologia da Universidade da Califórnia em Irvine, nos EUA. "Estes são os jovens rurais com o maior nível de educação da história chinesa. Seus pais -- migrantes ou pequenos produtores -- trabalharam duro e deram aos jovens a capacidade e os recursos para poderem consumir."