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Investidores da Samsung expressam apoio a propostas de reforma

Jungah Lee, Beth Jinks e Yoolim Lee

28/11/2016 12h37

(Bloomberg) -- A Samsung Electronics e o aparente herdeiro Jay Y. Lee estão enfrentando uma pressão crescente dos investidores para implementar uma ampla mudança na companhia mais valiosa da Coreia do Sul.

Executivos da Samsung e a Elliott Management vêm negociando com investidores dos EUA e da Coreia para sondar opiniões sobre as propostas da investidora ativista para reformar a gigante do setor de tecnologia com sede em Suwon, Coreia do Sul, disseram pessoas com conhecimento do assunto.

Os acionistas estão expressando insatisfação com o status quo após a crise da bateria do smartphone da Samsung, que vai custar pelo menos US$ 6 bilhões, e após as duas buscas nos escritórios da companhia como parte de um escândalo político cada vez mais abrangente na Coreia.

A Elliott, liderada pelo bilionário Paul Elliott Singer, propôs que a Samsung Electronics melhorasse sua governança corporativa somando três integrantes independentes ao conselho, listando ações em uma bolsa dos EUA, pagando aos acionistas um dividendo especial de 30 trilhões de wons sul-coreanos (US$ 26 bilhões) e separando-se em uma operadora e uma holding. Investidores estão começando a expressar apoio às ideias da Elliott não apenas em reuniões privadas, mas também em público.

"Estamos de acordo com as propostas da Elliott", disse Daniel O'Keefe, diretor administrativo da Artisan Partners e um dos fundadores da Artisan Global Value Team. "Achamos que a Samsung, em sua estrutura atual, está enfrentando certas ameaças existenciais. A governança, o conselho e a estrutura administrativa da empresa não são adequados às mudanças rápidas e à alta competitividade do setor tecnológico. Seu conselho de diretores não conta com membros verdadeiramente independentes com experiência em operações globais, tecnologia e alocação de capital."

A Samsung, que informou que pretende responder às propostas da Elliott até o fim deste mês, não quis comentar o assunto para esta reportagem.

A Samsung concluiu uma recompra de ações no valor de 11,3 trilhões de wons sul-coreanos neste ano e se comprometeu a retornar entre 30 por cento e 50 por cento do fluxo de capital livre aos acionistas durante três anos a partir de 2015. Se a Samsung Electronics concordar com a separação, isso provavelmente dará à família controladora maior influência sobre a unidade. Os promotores estão investigando as ligações entre a Samsung e uma amiga da presidente Park Geun-hye, que está no centro de uma investigação sobre tráfico de influência.

"É evidente que o ambiente político está mudando na Coreia e aparentemente em uma direção que tornará mais difícil que o status quo dos chaebols persista", disse O'Keefe referindo-se aos gigantescos conglomerados familiares do país. "Nós achamos que é natural que todos os acionistas exijam uma governança corporativa melhor."

A Artisan não é a única acionista que está apoiando publicamente a Elliott.

"Nós certamente achamos que há muito mérito no que a Elliott está dizendo", disse David Smith, diretor de governança corporativa da Aberdeen Asset Management Asia. "O que é importante para nós é que essas são soluções em que todos ganham."