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Alunos estrangeiros aliviam crise de faculdades públicas dos EUA

Jordan Yadoo

02/01/2017 13h51

(Bloomberg) -- Os persistentes desafios para a busca de financiamento enfrentados por faculdades públicas dos EUA depois da recessão entre 2007 e 2009 estão levando as instituições a buscar cada vez mais estudantes do exterior que pagam mensalidade completa para repor o caixa, segundo um novo estudo do Bureau Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês), que identificou uma forte relação entre mudanças em dotações estatais e matrículas de estrangeiros em faculdades públicas americanas.

O número de estudantes internacionais em faculdades e universidades nos EUA aumentou para 1,04 milhão em 2015, uma alta de 7,1% em relação ao ano anterior e um aumento de 85% na última década, segundo dados do Instituto de Educação Internacional.

Estudantes estrangeiros responderam por 5,2% do total de alunos das instituições americanas em 2015, em contraste com 3,2% há dez anos. A China, onde umas poucas escolas ricas em recursos enfrentam dificuldades para atender à crescente demanda por ensino superior em meio à expansão econômica, continuou sendo o principal país de origem de estudantes estrangeiros pelo sétimo ano consecutivo, seguida por Índia e Arábia Saudita.

A crescente demanda de alunos estrangeiros tem ajudado faculdades públicas dos EUA --onde as mensalidades particulares são normalmente o dobro ou triplo do valor das estatais -- a continuar com as portas abertas diante da contínua escassez de fundos causada pela recente recessão.

Em 2008, as mensalidades de estudantes responderam por 35,8% da receita das faculdades públicas, valor que também inclui dotações estatais. Como o financiamento do governo caiu durante a recessão, a parcela das mensalidades cresceu para 47,8% em 2013.

Embora a dependência das universidades em relação às mensalidades tenha diminuído um pouco ao longo dos últimos anos, ainda está bem acima dos níveis anteriores à recessão. A dotação por aluno foi 15,3% menor em 2015 do que em 2008, segundo dados da State Higher Education Executive Officers Association.

Usando dados de um levantamento institucional de faculdades e universidades e números administrativos sobre estudantes estrangeiros nos EUA entre 1996 e 2012, a pesquisa do NBER mostrou que uma redução de 10 por cento em dotações estatais estava associada com um aumento médio em matrículas de estrangeiros de 12% nos cursos de educação superior de universidades públicas.

O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan, da Universidade da Virgínia, da Universidade da Califórnia --San Diego e do Instituto Urbano em Washington. Sem a expansão do número de estudantes nos últimos anos, muitas universidades teriam de cortar despesas ou aumentar o valor das mensalidades, avaliam os autores da pesquisa.