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Como ser convidado para o megaiate do mundo

Nikki Ekstein

15/03/2017 12h15

(Bloomberg) -- São necessários muitos bons negócios para conseguir comprar um megaiate. Mas possuir uma embarcação desse tipo é um péssimo negócio, de acordo com Aaron Simpson, fundador e presidente do serviço de concierge exclusivo para membros Quintessentially.

"Custa 10 por cento do preço de compra de um iate só para manter o barco a cada ano", disse o empreendedor, que mora em Londres. "Se você gasta 25 milhões de libras no iate em si, terá que gastar mais 2,5 milhões para administrá-lo ? e usá-lo talvez três semanas por ano!"

Então, por que ele está construindo o maior iate do mundo?

"Em 2007, eu tive a ideia de que para as pessoas seria muito mais fácil ter um apartamento em um megaiate em vez de ter um megaiate", explicou Simpson, relembrando conversas com proprietários de barcos que reclamavam do enorme custo de seu estilo de vida marinheiro.

A Quintessentially, uma empresa fundada com a proposta de facilitar a vida de pessoas influentes do mundo inteiro, viu uma oportunidade. Sua equipe de concierges ? que fornece assistência 24 horas a membros em 60 cidades ? é famosa por atender pedidos tão variados quanto conseguir reservas difíceis em restaurantes e hotéis ou contratar Madonna para uma festa de aniversário espetacular (as assinaturas custam entre US$ 5.000 e US$ 60.000 por ano de acordo com os distintos níveis de serviço).

Com 45.000 toneladas e 220 metros de comprimento, o Quintessentially One, de US$ 304 milhões, será 40 metros mais comprido que o maior iate que navega pelos mares atualmente, o Azzam, de US$ 1 bilhão, que foi vinculado a um nobre dos Emirados. O preço é inferior porque Simpson achou que não seria necessário incluir coisas como um sistema de mísseis de defesa e um submarino pessoal. Em vez disso, ele optou por uma piscina de dois andares "estilo James Bond", uma filial do restaurante londrino Wolseley, um heliporto, um teatro e um clube de praia com mordomos que servem champanhe.

Não é um cruzeiro

Tudo isso soa como um pequeno barco de cruzeiro ajustado. O que Simpson está criando não é muito diferente, em termos estruturais, de um navio Ponant; os grandes iates da companhia francesa tendem a ter entre 110 e 135 cabines cada (só para comparar, a menor embarcação de uma empresa de cruzeiros tradicionais como a Norwegian pode acomodar quase 2.000 hóspedes).

Mas há uma diferença fundamental: o Quintessentially One está voltado para receber pessoas fascinantes a bordo; a embarcação é apenas um pano de fundo igualmente impressionante.

Simpson descreve o iate como uma conferência TED dos mares, em que todos os participantes são profissionais influentes com quem você gostaria de interagir ? um hotel flutuante para VIPs que ancora em frente a acontecimentos com relevância cultural e organiza as festas mais interessantes. "Queríamos criar um barco em que as pessoas desejam entrar ? não um barco de onde você quer desembarcar quando chega ao cais", disse Simpson. Ele considera que seu barco é um fim em si mesmo: é o destino da viagem.