Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

EUA, Canadá e México propõem Copa mais rentável da história

Eben Novy-Williams

11/04/2017 09h53

(Bloomberg) -- As federações de futebol dos EUA, do Canadá e do México anunciaram uma proposta conjunta de realizar a Copa do Mundo em 2026, expandida para 48 seleções, prometendo arrecadar mais dinheiro do que qualquer edição anterior do maior evento esportivo do planeta.

A América do Norte não recebe uma Copa desde que os EUA organizaram o evento, em 1994, atraindo quase 3,6 milhões de pessoas aos estádios de todo o país -- ainda um recorde para uma Copa do Mundo, apesar de apenas 24 seleções terem competido na ocasião. Após aquela edição, a Fifa, a organização que administra o esporte, ampliou o número de equipes para 32 e o expandirá novamente para 48 em 2026.

O retorno à América do Norte, com 60 partidas nos EUA, 10 no México e 10 no Canadá, seria "de longe a Copa do Mundo de maior sucesso da história da Fifa em termos econômicos", disse o presidente da Federação de Futebol dos EUA, Sunil Gulati, a jornalistas, em Nova York. "São 500 milhões de pessoas nesses três países. Esta será uma Copa do Mundo extraordinariamente bem-sucedida em termos financeiros e econômicos e isso é fundamental porque a maior parte das receitas da Fifa vem de um único evento."

A Copa do Mundo de 2018, na Rússia, deverá gerar US$ 5,5 bilhões para o órgão que administra o futebol internacional, o que inclui dinheiro proveniente da venda de ingressos, de patrocínio e dos direitos de mídia. A Fifa estimou que a adição de mais 16 seleções na edição de 2026 produziria US$ 1 bilhão extras. Os EUA e o México contribuem com dois dos maiores mercados de mídia do mundo, especialmente devido à capacidade de receber jogos em horário nobre, além de um ambiente de patrocínio mais maduro, disse Gulati.

Estádios existentes

As federações do México, do Canadá e dos EUA afirmaram que sua proposta também seria diferente da organização mais recente do torneio e da próxima, que investiram bilhões para construir estádios e infraestrutura de turismo. O Brasil gastou mais de US$ 11 bilhões para organizar o evento em 2014 e a Rússia está realizando um investimento de cerca de US$ 20 bilhões para 2018. Em um investimento sem precedentes, o Catar deverá dispor de mais de US$ 200 bilhões para a Copa do Mundo de 2022.

"Ter infraestrutura já construída é uma solução muito melhor do que investir centenas de milhões ou até bilhões de dólares em estádios que não terão utilidade depois do torneio", disse Gulati.

Todos os três países contam com vários estádios, atualmente usados para futebol americano ou futebol, que poderiam ser usados para o evento, além de infraestrutura turística como hotéis e transporte. É cedo demais para dizer qual será o custo total do evento, afirmam as federações. Segundo o plano inicial, os EUA receberiam as quartas de finais, as semifinais e as finais, e haverá mais discussões para determinar a programação completa, incluindo a partida de abertura.

A proposta conjunta da América do Norte tem grande chance de sucesso, considerando que a Europa e a Ásia estão impedidas de participar porque esses continentes realizarão as próximas duas edições. A América do Sul (Brasil) organizou em 2014 e a África (África do Sul), quatro anos antes. Até o momento, nenhum outro país anunciou planos para uma proposta para 2026. A votação deverá ser realizada em 2020.