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Estudo da Nasa desaconselha levar tripulação em novo foguete

Justin Bachman

12/05/2017 13h55

(Bloomberg) -- Um grupo de trabalho da Nasa concluiu após dois meses de avaliação que mandar astronautas no primeiro voo de seu novo e enorme foguete não seria viável por causa dos imensos custos para alojar com segurança uma tripulação na missão planejada para 2019, o primeiro passo do retorno dos EUA à exploração humana do espaço.

O governo Trump manifestou o desejo de reiniciar rapidamente o programa de voos espaciais tripulados. Mas, com raras exceções, a Nasa testa os foguetes primeiro sem astronautas, devido aos riscos altíssimos associados às espaçonaves.

Nos primeiros anos dos voos espaciais, foguetes eram perigosos nas etapas de teste e às vezes explodiam na plataforma de lançamento ou pouco depois da decolagem. Até hoje, desastres do tipo afetam ocasionalmente empresas privadas, como a Orbital ATK e a SpaceX, de Elon Musk. Apesar dos enormes avanços, a engenharia espacial continua tendo a reputação de ser um empreendimento notavelmente arriscado.

O administrador interino da Nasa, Robert Lightfoot Jr., solicitou o estudo em meados de fevereiro. O grupo determinou relativamente rápido que alterar a estratégia atual provavelmente custaria várias centenas de milhões de dólares e interromperia os cronogramas para o foguete do Space Launch System (SLS) e o novo Orion Multi-Purpose Crew Vehicle, segundo uma pessoa familiarizada com o estudo.

A conclusão do grupo não foi anunciada formalmente, e a decisão da Nasa - ou do presidente Donald Trump - de acrescentar ou não uma tripulação ao primeiro voo do SLS poderia desconsiderar as conclusões, disse a pessoa, que pediu anonimato porque não tinha autorização para discutir a avaliação interna da Nasa. Nesse caso, a Casa Branca teria que realizar um pedido de verba adicional para a Nasa em 2018 com relativa rapidez.

Funcionários da Nasa não quiseram comentar as conclusões nem quando seria feito um anúncio.

"Toda vez que se tenta acrescentar capacidades rapidamente, cria-se problemas em um sistema como esse", disse Casey Dreier, diretor de política espacial da The Planetary Society, grupo que defende a concessão de mais verbas à ciência e à exploração espacial. "Ao mudar os planos no meio do caminho, começam a surgir custos desproporcionais ao retorno."

Verbas

Um ajuste para que o módulo do Orion possa transportar astronautas no primeiro voo poderia bater de frente com outras prioridades orçamentárias da Casa Branca, muitas das quais custarão bilhões de dólares: um muro na fronteira com o México, um plano de renovação da infraestrutura e um grande aumento no gasto militar dos EUA.

Um "projeto" orçamentário para 2018 feito pelo governo Trump sugere um orçamento de US$ 19,1 bilhões para a Nasa, que inclui US$ 3,7 bilhões para dar continuidade ao desenvolvimento do SLS e do Orion. O plano equivale a uma redução total de cerca de 1 por cento.

No recente compromisso orçamentário de financiar o governo até outubro, o Congresso dos EUA destinou cerca de US$ 19,7 bilhões para a Nasa.