Lexus LC500 não é o carro inteligente que você procura
(Bloomberg) -- A Lexus está muito orgulhosa de seu novo cupê esportivo.
É possível que você tenha visto os comerciais na TV ou lido os elogios dos meios de comunicação especializados em carros. O potente LC500 V8 2018 é a versão de produção com 5.0 litros e 471 cavalos de potência do carro conceito LF-LC que a Lexus enviou a Detroit em 2012. Ele tem visual elegante, narigudo, e quando serpenteia pelas ruas é como se estivesse sendo puxado para a frente através do tempo.
Eu dirigi o cupê de US$ 92.995 em Nova York por uma semana. E apesar de ter gostado de dirigi-lo e ter sido alvo de muitos elogios e da curiosidade de quem passava, preciso dizer: se você tem US$ 100.000 para gastar em um brinquedo de duas portas, essa não é a melhor opção. O desempenho não tem o nível que se esperaria de um veículo com uma carroceria tão ambiciosa.
É rápido, mas não é o líder
A raiz do problema é dupla. O primeiro é que apesar de a nova transmissão de 10 marchas do LC500 e a tração traseira terem o objetivo de administrar melhor as sutilezas da aceleração, não o fazem. Parte disso tem a ver com o enorme peso do carro (1.941 quilos, contra 1480 do Lexus LFA), e parte tem a ver com a engenharia da Lexus. As trocas de marcha são sentidas como algo extremamente complicado; 10 marchas para acelerar a 100 km/h é muito e torna o processo mais lento do que útil.
A aceleração de 0 a 60 milhas por hora (96 km/h) leva 4,4 segundos. A velocidade máxima é de 270 km/h. O carro é rápido -- mais veloz do que as versões básicas dos concorrentes, como o Mercedes-Benz SL550 e o Aston Martin V8 Vantage S. Mas ainda assim é mais lento que as versões mais rápidas do sedã Lexus GS F e do cupê RC F da marca.
O outro problema -- talvez o motivo para escolher outro carro de US$ 100.000 -- é o interior do LC500. Novamente, o carro como um todo representa uma melhora significativa de design e qualidade para a Lexus. Mas existem opções melhores para esse segmento em particular (veja: Mercedes, BMW e Jaguar, com seus layouts de interior intuitivos, bonitos e mais simples).
O problema real é o desconcertante sistema de infoentretenimento e seu ninho de peculiaridades tecnológicas confusas. Eu não sou a única pessoa que pensa assim. Pergunte para qualquer um. Sério.
Por sorte o joystick foi eliminado. Mas ainda temos que lidar com o controle "Remote Touch" e com um mouse pad com alguns botões nas laterais. Um controlador com rolagem assume a maior parte da funcionalidade, mas salta como um bode esquizofrênico quando se tenta selecionar uma rádio e as configurações de clima.
Em todo caso: se você quer comprar esse carro por seu visual atraente, não vou te impedir. Ele tem um bom desempenho e representa um grande passo adiante para a Lexus. Você terá algo radicalmente diferente e até interessante em comparação com a concorrência, normalmente liderada pelos alemães. Só não espere fogos de artifício.
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