UE não recebeu informações sobre proibição a laptops: Fontes
(Bloomberg) -- Um dia antes da reunião entre as autoridades dos EUA e da União Europeia para discutir a proibição de que passageiros que viajam para os EUA levem laptops e outros aparelhos eletrônicos a bordo da cabine de avião, os europeus continuam sem saber se existe uma ameaça real.
A UE não tem informações sobre os motivos que transformaram laptops e tablets em risco iminente à segurança aérea, disse um funcionário em Bruxelas com conhecimento das discussões entre os dois lados. A falta de informações é a razão pela qual o bloco convidou os EUA a compartilharem qualquer dado que possam ter, disse outro funcionário do governo europeu. Ambos pediram anonimato devido à sensibilidade do assunto.
A irritação europeia em relação à falta de compartilhamento de informações surge em meio ao aumento das tensões depois que o jornal Washington Post publicou que o presidente dos EUA, Donald Trump, revelou ao ministro das Relações Exteriores e ao embaixador da Rússia informações confidenciais de inteligência de um informante dos EUA a respeito de um plano terrorista do Estado Islâmico para usar laptops como possíveis armas a bordo de aviões comerciais.
A UE organizará uma reunião de alto nível hierárquico com autoridades dos EUA em Bruxelas na quarta-feira à tarde para discutir uma possível extensão da proibição aos laptops além da aplicada a 10 aeroportos do Oriente Médio em 21 de março. A reunião será realizada "para avaliar em conjunto qualquer nova ameaça e trabalhar em prol de uma abordagem comum para combatê-la", disse o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, a jornalistas, em Bruxelas, no início da semana.
Transferir laptops da cabine para o compartimento de carga pode criar outros problemas, já que as baterias de lítio, em si, podem ser instáveis. Além dos incêndios envolvendo os smartphones Samsung Note 7, dois incidentes foram ligados a baterias, segundo John Strickland, analista de aviação da JLS Consulting: a queda de um avião da empresa aérea UPS, em setembro de 2010, e a de um avião de carga da Asiana Airlines, em julho de 2011.
A comissária de Transporte da UE, Violeta Bulc, também ressaltou "as possíveis implicações de segurança de colocar um grande número de aparelhos eletrônicos no compartimento de carga do avião", segundo comunicado do braço executivo da UE, na semana passada. O comissário de Migração, Dimitris Avramopoulos, disse ao secretário de Segurança Nacional dos EUA, John Kelly, por telefone, na sexta-feira, que a ameaça potencial afeta a UE e os EUA da mesma forma, que a informação deveria ser compartilhada e que as respostas devem ser comuns.
A UE afirmou que nenhuma proibição aos aparelhos eletrônicos ou qualquer outra decisão foi anunciada na conferência de Kelly, Bulc e Avramopoulos na sexta-feira, mas os aeroportos e as empresas aéreas da Europa estão se preparando discretamente para a proibição, que afetaria principalmente os passageiros da lucrativa primeira classe.
"Em termos de experiência de viagem, será um grande fator negativo para os passageiros executivos se eles forem obrigados a esperar na esteira do aeroporto para recolher seus laptops", disse Mark Simpson, analista da Goodbody Stockbrokers. "De forma geral, isso é um obstáculo que se somará aos atrasos para embarque, aos problemas relacionados à partida no horário correto e que será um custo para as empresas aéreas, que terão que oferecer alternativas."
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