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Amazon pesquisa como drones de entrega podem driblar pássaros

Adam Satariano e Marie Mawad

18/05/2017 13h49

(Bloomberg) -- O desenvolvimento dos drones de entrega de encomendas da Amazon.com está tão avançado que agora a empresa está pensando muito em gansos.

A empresa de comércio eletrônico afirmou nesta quinta-feira que começou a desenvolver um sistema de controle do tráfego aéreo para administrar sua frota enquanto os drones voam do depósito até a casa dos clientes. A Amazon criou uma nova equipe de pesquisa e desenvolvimento perto de Paris, onde cerca de uma dúzia de engenheiros e desenvolvedores de software construirá um sistema para evitar colisões dos veículos de entrega aérea contra prédios, árvores, outros drones ou - o caso mais imprevisível de todos - pássaros. Ou, no jargão do setor de aviação, "objetos voadores não colaborativos".

"Gansos nunca serão colaborativos, então precisamos detectar e evitar esses obstáculos", disse Paul Misener, vice-presidente de políticas de inovação global e comunicações da Amazon. "No trajeto entre o depósito e o lugar onde o cliente está, o drone tem que voar na direção certa e achar o lugar, mas também precisa evitar tudo que estiver no caminho."

A Amazon decidiu construir um sistema próprio de controle do tráfego após concluir que o que está disponível não é adequado para uma frota grande de drones autônomos. A empresa contratou engenheiros com experiência em aviação, aprendizagem de máquinas e inteligência artificial. Misener disse que a França foi escolhida devido à disponibilidade de engenheiros talentosos interessados nesta área da aviação. O país tem um grande histórico de educação em matemática e várias empresas, entre elas Facebook, Google e General Electric, abriram instalações de pesquisa em Paris.

Obstáculos

Misener disse que o programa para drones é mais complicado porque, ao contrário do sistema de controle do trânsito aéreo utilizado pelas empresas aéreas, os veículos voam em alturas mais baixas e devem driblar mais obstáculos. O sistema de administração integrará mapas detalhados - inclusive com objetos temporários, como guindastes - e informações sobre condições meteorológicas ruins. Os drones estarão programados com instruções sobre como reagir caso se aproximem de um pássaro - ou batam em algum.

Em entrevista na sede francesa da Amazon, no subúrbio parisiense de Clichy, Misener não disse quando os drones serão implementados de forma geral para os clientes da Amazon. Ele disse que tudo dependerá das regulações governamentais e da capacidade da empresa de provar que eles são seguros. "Isto está muito regulamentado", disse ele. "Não vamos lançá-lo enquanto não consigamos demonstrar que é seguro."

O CEO da Amazon, Jeff Bezos, anunciou os planos da empresa com drones em 2013, como forma de entregar certos itens a clientes em até 30 minutos. Misener dá o exemplo de uma pessoa que percebe que a pasta de dente acabou antes de sair para um encontro. A Amazon afirmou que cerca de 85 por cento dos produtos em seu site são leves o bastante para serem entregues por drone. A empresa propõe que os veículos voem a entre 60 e 120 metros de altura para fazer as entregas, por cima de um edifício de oito andares. Os drones, que operarão de forma autônoma sem piloto, voarão a uma velocidade máxima de 80 quilômetros por hora.

Além de cumprir as regulamentações governamentais, uma das tarefas mais difíceis da Amazon será conquistar pessoas com medo de terem drones com pacotes voando sobre suas cabeças. "Não ignoramos", diz ele, "que a sociedade precisa aceitar isso".