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Analgésico não-opioide recebe status de análise rápida nos EUA

Cynthia Koons

13/06/2017 14h33

(Bloomberg) -- Um analgésico que está sendo desenvolvido pela Pfizer e pela Eli Lilly receberá um caminho possivelmente mais rápido para o mercado em um momento em que o governo dos EUA busca formas de combater uma crise de abuso de opioides que está sobrecarregando o sistema de saúde e provocando uma disparada das mortes por uso de medicamentos.

A droga da Pfizer e da Lilly, a tanezumab, está em desenvolvimento há anos, processo que foi paralisado mais de uma vez por questões de segurança. A aprovação rápida dará vida nova ao medicamento em um momento em que o setor procura alternativas aos analgésicos baseados em opioides cujas propriedades viciantes provocaram milhares de overdoses e mortes.

A Pfizer afirmou que seus estudos atuais do tanezumab foram estruturados de forma a minimizar alguns dos problemas dos últimos anos.

A análise rápida do tanezumab é voltada a pacientes com osteoartrite, que causa dor nas articulações e dor lombar crônica. As empresas farmacêuticas atualmente estudam o medicamento em cerca de 7.000 pacientes com esses males ou com dores causadas por câncer. Os resultados desses estudos estarão disponíveis a partir de 2018. Segundo a Eli Lilly, mais de 27 milhões de americanos têm osteoartrite e cerca de 23 milhões têm dor lombar crônica.

Nos testes anteriores da droga, os pacientes tinham uma osteoartrite rapidamente progressiva, em alguns casos severa o bastante para exigir transplantes de articulações. Os estudos mais recentes estão sendo realizados em pacientes que não viram resultados com outros analgésicos aprovados e que não estão usando anti-inflamatórios não esteroides em conjunto com o tanezumab, disse Ken Verburg, diretor de desenvolvimento da divisão de desenvolvimento de produtos em neurociência e dor da Pfizer.

Refinando o uso

Verburg disse que as empresas também têm uma compreensão mais ampla a respeito de como dosificar a droga e estão realizando um trabalho melhor de seleção de pacientes.

"Temos esperanças de que as medidas que colocamos em prática, particularmente a seleção e a remoção da terapia de combinação, reduzirão bastante o risco", disse ele. "Temos que ver se os nossos estudos realmente demonstrarão isso, mas estamos esperançosos."

Se aprovado, o tanezumab será o primeiro de uma nova classe de medicamentos não-opioides contra a dor chamados inibidores NGF, que podem ajudar a impedir que os sinais de dor cheguem ao cérebro.

Mais de 17.000 americanos morreram em 2015 de overdose de analgésicos opioides, segundo o Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas, dos EUA. Em um artigo recente na New England Journal of Medicine, pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde escreveram sobre como as farmacêuticas poderiam diminuir a epidemia de abuso de opioides nos EUA desenvolvendo tratamentos contra a dor que não gerem dependência.