Homens ainda dominam conselhos de administração na Ásia
(Bloomberg) -- A diversidade de gênero nos conselhos de administração da Ásia está entre as menores do mundo. Apesar de certa melhora ter sido observada no ano passado, o ritmo de mudança é lento.
Estes são os resultados de um novo estudo da Deloitte LLP, que mostra que as mulheres representam 7,8 por cento dos diretores nos conselhos de administração da Ásia, fatia superior apenas à registrada na América Latina e na América do Sul, de 7,2 por cento. A Europa tem os conselhos de administração com maior diversidade, com 22,6 por cento de participação feminina.
Para as economias da região, a questão é importante. Estudos mostram que conselhos de administração mais diversos geralmente estão associados a decisões melhores e a lucros para suas empresas, segundo Marleen Dieleman, professora associada de estratégia e política da Universidade Nacional de Cingapura.
Um estudo do Banco Asiático de Desenvolvimento do ano passado chegou à mesma conclusão: a nomeação de diretoras e um conselho de administração mais diversificado em termos de gênero estão, na média, positivamente associados ao desempenho subsequente de uma empresa.
"É preciso ter uma variedade suficiente, em termos de pontos de vista, experiência etc., no conselho para lidar de forma bem-sucedida com a complexidade de seu ambiente", disse Dieleman. Fazendo referência a um de seus próprios estudos, ela acrescentou que "apesar disso, muitas empresas asiáticas que operam em ambientes complexos têm conselhos totalmente formados por homens".
No estudo da Deloitte -- que abrange 64 países e mais de 7.000 empresas --, países desenvolvidos da Ásia, como Taiwan, Japão e Coreia do Sul, aparecem na parte final do ranking da região.
Vietnã e Malásia têm desempenhos muito melhores, já que as mulheres detêm 17,6 por cento e 13,7 por cento dos assentos nos conselhos, respectivamente.
Cingapura -- onde as mulheres respondem por 10,2 por cento dos conselhos -- também está fazendo progresso lentamente. Um relatório divulgado na segunda-feira pela consultoria SpencerStuart apontou que Cingapura está atrás de seus pares de mercados desenvolvidos como Austrália e Reino Unido e que isso poderá prejudicar sua posição em relação aos investidores institucionais.
Simon Israel, presidente do conselho da Singapore Telecommunications, considerou os resultados "chocantes" e "vergonhosos", segundo a SpencerStuart. Ele acrescentou que "é bastante desafiador que queiramos nos apresentar como um centro financeiro e, contudo, em termos de diversidade de gênero, estejamos tão distantes de nossos vizinhos".
Na Singtel, como a maior empresa de telefonia de Cingapura é conhecida, o cargo de CEO é ocupado por uma mulher e as mulheres detêm um terço dos assentos do conselho, segundo dados da Bloomberg.
Ter uma CEO ou presidente do conselho mulher ajuda a melhorar a diversidade do conselho, segundo a Deloitte. Empresas com uma líder mulher têm quase o dobro do número de mulheres atuando nos conselhos em comparação com aqueles liderados por um homem, informou.
O desempenho ruim da Ásia talvez se deva ao processo de seleção informal para os cargos da diretoria, em que os novos indicados vêm das conexões pessoais dos membros atuais do conselho, disse Dieleman.
"Essa rede de 'garotos velhos' impede inconscientemente a diversidade nos conselhos e perpetua o status quo", disse ela.
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