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Melhor analista do ouro prevê que Fed decepcionará otimistas

Susanne Barton e Ranjeetha Pakiam

06/07/2017 19h41

(Bloomberg) -- Para o BNP Paribas, atualmente o melhor analista do ouro, os otimistas em relação aos lingotes estão diante de um perigo claro e presente -- o Federal Reserve.

O plano do banco central dos EUA de elevar o juro novamente neste ano e potencialmente reduzir seu balanço é negativo para esse ativo que não paga juro, diz Harry Tchilinguirian, chefe de estratégia para os mercados de commodities no BNP Paribas em Londres, que liderou o ranking de precisão da Bloomberg para o ouro no segundo trimestre. Ele está entre os analistas mais pessimistas, apostando que os lingotes cairão para US$ 1.165 a onça no quarto trimestre, contra US$ 1.225 nesta quinta-feira, às 8h41, em Nova York.

O ouro registrou sua primeira perda mensal neste ano em junho porque os indícios de crescimento econômico estável reduziram a demanda por ativos seguros e os investidores revisaram as preocupações geopolíticas, inclusive as tensões entre os EUA e a Coreia do Norte e os conflitos do Oriente Médio. Ao mesmo tempo, os bancos centrais sinalizam custos de empréstimos maiores, o que leva hedge funds e outros grandes especuladores a reduzir posições compradas em futuros e opções de lingotes nos EUA ao menor patamar desde maio. O metal ainda acumula alta de quase 7 por cento neste ano.

Os investidores enfrentarão "um custo de oportunidade maior ao guardarem ouro" porque os aumentos do juro pelo Fed elevam o juro real, disse Tchilinguirian, por e-mail, acrescentando que o BNP espera o próximo aumento do juro para dezembro. O apoio dos eventos geopolíticos e o hedging "provavelmente não mudarão muito nossa visão negativa para o ouro neste ano".

A estimativa para o quarto trimestre de 2017 do BNP, que foi o melhor analista para ouro e metais preciosos no período de três meses terminado em dezembro de 2016, contrasta com a mediana das projeções de 31 analistas compiladas pela Bloomberg, de US$ 1.230.

Se o ouro superar a base técnica de US$ 1.190 a US$ 1.200, o preço pode sofrer "correções adicionais em direção aos menores patamares registrados em dezembro de 2016", disse Tchilinguirian. Em dezembro, o metal tocou o menor nível em 10 meses, de US$ 1.122,89, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A queda recente do lingote foi piorada pela recuperação do dólar americano em um momento de alta das ações e melhora do sentimento de risco. Os rumores de que o Banco Central Europeu reduzirá sua acomodação monetária também pode pesar sobre o metal, disse Tchilinguirian.