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Baba de caracol em cosméticos se populariza após ganhar a Coreia

Christine Jenkins e Javiera Quiroga

19/07/2017 14h30Atualizada em 21/07/2017 09h38

(Bloomberg) -- Baba de caracol. No seu rosto. Vale tudo em nome da beleza.

E espera-se um belo lucro para os comerciantes varejistas dos EUA, que buscam popularizar essa e outras tendências dos cosméticos sul-coreanos -- isso se as pessoas conseguirem superar o fator nojo.

Os consumidores coreanos estão constantemente em busca de produtos inovadores e de ingredientes naturais incomuns. Agora, essa mania de décadas está chegando aos consumidores comuns dos EUA, em um momento em que os produtos de beleza sul-coreanos, conhecidos como K-beauty, estão deixando os websites de nicho e chegando às prateleiras das lojas da Target, da CVS Health e da Ulta Beauty. No início do ano, as empresas varejistas anunciaram expansões na oferta.

"As pessoas falavam nos produtos franceses para a pele", disse Sarah Chung, CEO da Landing International, que se associou à coleção coreana da Ulta. "Já não é o caso. Agora, falamos em K-beauty, mas na verdade o foco está simplesmente em bons produtos para a pele."

A Target está vendendo os produtos em cerca de 850 lojas e afirmou que eles representam cerca de 25 por cento do total de produtos de alto padrão da empresa. A Ulta informou que ampliou sua oferta com uma coleção prestigiosa em março e a CVS começou a comercializar a seleção K-Beauty HQ em 2.100 lojas em abril. A Target e a CVS se associaram a Alicia Yoon, fundadora da Peach & Lily, uma plataforma de varejo de produtos K-Beauty.

Apesar de nenhuma das três lojas ter fornecido dados de vendas, a CVS afirmou que o lançamento havia sido "muito bem-sucedido" e que obteve feedbacks positivos dos clientes em relação à inovação, à alta qualidade e à acessibilidade da coleção.

O momento não poderia ser melhor para as empresas de cosméticos sul-coreanas. As exportações para os EUA já aumentaram em cerca de metade em 2016 em relação ao ano anterior, para US$ 300 milhões, enquanto as exportações totais do país diminuíram, segundo a Associação de Comércio Internacional da Coreia do Sul. As marcas estão mais agressivas em relação à expansão internacional devido à queda das vendas aos consumidores chineses por causa das tensões entre os dois países.

A maior empresa de cosméticos da Coreia do Sul, a Amorepacific, já possui cinco marcas nos EUA e está prestes a iniciar as vendas da sexta, a innisfree, voltada à geração Y com produtos mais baratos, informou a Amorepacific por e-mail. A maior parte da receita do grupo vem da Coreia do Sul, que representou 71 por cento do total no ano passado, e da China, com 19 por cento, segundo dados compilados pela Bloomberg.

"Os consumidores da Coreia do Sul estão sempre em busca da próxima inovação e a baba de caracol, quando introduzida, foi bem recebida", disse David Tyrrell, analista global de produtos para a pele da Mintel Group. "Era algo novo, indiscutivelmente exótico e reconhecido pelos consumidores como algo que hidrata rapidamente a pele e produz benefícios antienvelhecimento."

--Com a colaboração de Heejin Kim e Sohee Kim