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Esqui e pizzas: as gratificações recebidas pelos CEOs nos EUA

Anders Melin e Jenn Zhao

21/07/2017 14h33

(Bloomberg) -- Ficou no passado a época em que a Tyco International desembolsava milhões de dólares para bancar o estilo de vida pródigo de seus executivos, incluindo um porta-guarda-chuvas de US$ 15.000 com a figura de um cachorro para Dennis Kozlowski. Mas as empresas de capital aberto dos EUA ainda oferecem algumas regalias juntamente com os pacotes multimilionários de salários.

A Vail Resorts gastou US$ 11.220 com aulas de esqui e hospedagem nas instalações da empresa para o CEO Rob Katz e a grife varejista Nordstrom entregou US$ 33.246 em descontos em mercadorias ao copresidente Blake Nordstrom. A Domino's Pizza pagou US$ 11,1 milhões ao CEO Patrick Doyle no ano passado, valor complementado por US$ 224 em pizzas, segundo análise de documentos regulatórios do Bloomberg Pay Index.

"Isso levanta aquela velha questão: você ganha X e não pode tirar essas coisas do próprio bolso?", disse John Trentacoste, sócio da consultoria de remunerações Farient Advisors. "Mas certas regalias podem dar tranquilidade ao executivo e permitir que ele ou ela se concentre na companhia e não nas outras coisas que aparecem na vida. Essa é a lógica."

Os conselhos defendem as regalias como uma forma de ajudar os chefes a se concentrarem em seus trabalhos e de incentivá-los a permanecerem em seus empregos. A maioria das grandes corporações dos EUA, como a empresa de planos de saúde Aetna, exige que os CEOs usem jatos corporativos para viagens pessoais, argumentando que o fato de evitar atrasos e garantir a segurança da pessoa compensa os custos. Algumas empresas oferecem carros e motoristas aos CEOs por razões semelhantes.

Dos 200 executivos mais bem pagos de empresas americanas de capital aberto, Mark Bertolini, da Aetna, registrou a maior despesa com viagens aéreas no ano passado, somando US$ 602.781. A Vornado Realty Trust foi a que mais gastou com carro e motorista -- US$ 272.290 para o CEO Steven Roth.

Esses custos são analisados pelos acionistas, que ficaram mais atentos aos gastos excessivos desde que os investidores passaram a votar sobre a remuneração dos altos executivos, em 2011. Como resultado, muitas empresas têm reduzido as vantagens para executivos corporativos, grupo visto favoravelmente por apenas 31 por cento dos participantes de uma pesquisa Bloomberg National Poll recente.

As adesões aos clubes de campo, uma regalia muitas vezes ridicularizada, ainda são comuns no setor de petróleo e gás. Elas podem ajudar os executivos a construírem laços na comunidade e até incentivá-los a mudar para a zona rural do Texas ou de Oklahoma, longe dos centros urbanos. Algumas empresas consideram as adesões aos clubes ferramentas essenciais para ajudar os executivos a manterem os clientes atuais e a atraírem novos, mas mesmo assim elas são declaradas como gratificações.

As vantagens têm um custo para os executivos. Todos os benefícios não diretamente relacionados ao trabalho da pessoa e que não são oferecidos amplamente aos empregados são considerados rendimentos tributáveis e devem ser listados nas declarações regulatórias como "todas as demais remunerações". É claro que algumas empresas também pagam a conta do imposto de renda. As despesas de realocação, que podem incluir mensalidades de escolas privadas para os filhos, também entram nessa categoria.