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Rali do zinco deve durar e maior produtora prevê US$ 3.000

Swansy Afonso

21/07/2017 11h58

(Bloomberg) -- O rali dos preços do zinco tem o potencial de subir neste ano a níveis não vistos em uma década porque a demanda continua superando a oferta em meio a distúrbios na produção, segundo a Hindustan Zinc, maior produtora da Ásia em valor de mercado.

Os preços poderão subir para cerca de US$ 3.000 a tonelada na Bolsa de Metais de Londres nos próximos trimestres, disse Sunil Duggal, CEO da unidade da Vedanta, em entrevista por telefone, de Udaipur, em Rajastão, na Índia. A última vez que os preços chegaram a esse nível foi em 2007, segundo dados compilados pela Bloomberg.

O zinco, usado para galvanizar o aço, liderou o avanço dos metais de base, subindo cerca de 23 por cento nos últimos 12 meses depois que cortes de produção da Glencore e de outras produtoras ajudaram a gerar escassez. Com os preços mais altos e o aumento da produção, a Hindustan Zinc divulgou na quinta-feira um aumento de 81 por cento no lucro líquido, para 18,8 bilhões de rúpias (US$ 292 milhões), no período de três meses até junho.

Mesmo após um aumento de 60 por cento nos preços em 2016 que fez do zinco o metal industrial de melhor desempenho do ano, as mineradoras da China têm tido dificuldades para compensar a queda da produção global após o fechamento de minas maiores na Austrália e na Irlanda e a decisão da Glencore de suspender parte de sua produção no fim de 2015.

A falta de visibilidade sobre a retomada das operações paralisadas da Glencore também deverá respaldar os preços, disse Duggal. A empresa indiana, que viu suas ações subirem 44 por cento nos últimos 12 meses, possui cinco minas de zinco e chumbo em seu estado, Rajasthan, com reservas totais de 390 milhões de toneladas.

O mercado global de zinco refinado estava em déficit em maio com o consumo de 1,15 milhão de toneladas superando a produção de 1,108 milhão de toneladas, afirmou o Grupo Internacional de Estudos de Chumbo e Zinco em 17 de julho. O grupo estima que a demanda superará a oferta em 226.000 toneladas neste ano.

O metal subiu 1,3 por cento em Londres nesta sexta-feira, para US$ 2.762 a tonelada, após atingir no mês passado o menor patamar desde novembro. A preocupação em relação ao crescimento da demanda na China e nos EUA fez o rali perder impulso em junho antes de retomar a tendência de alta.

A Hindustan Zinc mira uma capacidade de exploração de zinco e chumbo de 1,2 milhão de toneladas em 2020 e sua empresa controladora acelerou os investimentos no projeto de exploração de zinco Gamsberg, na África do Sul, que deverá produzir o primeiro minério em meados de 2018.