Agricultura entra na era dos meganegócios com US$ 200 bi em fusões e aquisições
(Bloomberg) -- A agricultura está entrando em uma nova era de meganegócios em um momento em que os baixos preços agrícolas levam executivos a cortar custos agressivamente e a agilizar as operações.
Quatro grandes transações de 2017 estão avaliadas em um total combinado de cerca de US$ 200 bilhões:
- Fusão da Dow Chemical com a DuPont, de US$ 73 bilhões;
- Combinação da Bayer com a Monsanto, de US$ 66 bilhões;
- Fusão da Potash Corporation of Saskatchewan com a Agrium, de US$ 12,9 bilhões;
- Aquisição da Syngenta pela China National Chemical Corp. por US$ 43 bilhões.
O valor combinado das transações é superior ao total da última década, segundo relatório da Boston Consulting Group divulgado nesta segunda-feira. Das quatro transações, apenas a da ChemChina com a Syngenta foi concluída, e o restante aguarda aprovação.
Os negócios marcam o renascimento das fusões e aquisições no setor agrícola após a desaceleração ocorrida desde 2011, segundo o relatório. Os executivos estão buscando formas de reduzir os custos administrativos e de criar ofertas integradas de sementes e produtos químicos para os agricultores.
Colheitas abundantes
Trata-se de uma forma de lidar com a fraqueza do mercado depois que anos de colheitas abundantes de grãos provocaram um excedente global de oferta e preços baixos. Os preços agrícolas deverão continuar baixos a curto prazo, segundo a BCG, que acrescentou que a receita agrícola líquida dos EUA caiu 65% desde 2013.
"Após um declínio acentuado, a atividade de fusões e aquisições parece estar prestes a se recuperar", escreveram os analistas, entre eles, Decker Walker, Torsten Kurth e Matt Westerlund. "As empresas que não conseguirem encontrar o parceiro certo para fusões e aquisições poderão perder uma oportunidade significativa e ter uma desvantagem competitiva."
Os acordos são tão grandes que levantam questionamentos a respeito de como negócios tão concentrados afetarão os preços no mercado e mudarão o incentivo para inovar. As exigências dos órgãos reguladores para que as empresas vendam ativos pode mudar ainda mais o panorama do setor, disseram.
Se as três transações nos setores químico e de sementes forem aprovadas, as empresas controlarão quase 70% do mercado global de pesticidas e 80% DO mercado de sementes de milho dos EUA, informou a BCG.
"Não surpreende que o escrutínio regulatório venha sendo intenso nos EUA e na Europa", disseram os analistas.
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